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Opinião

Juventude em África: Emprego, migração ou... crime

Milagre ou Miragem?

No recente fórum sobre Governação em África realizado em Abril na cidade de Abidjan, Costa do Marfim, sob a égide da Fundação Mo Ibrahim viu-se que as opções que a juventude africana hoje tem no continente parecem resumidas entre ter um emprego (no sector formal da economia) ou na ausência deste emigrar muitas vezes em condições desumanas.

Para o caso de Angola num outro texto indicamos que na ausência de emprego, entre migração ou crime, traduzido na criação de quadrilhas ou de movimentos insurgentes como é o caso da Nigéria com o Boko Haram, o mal menor seria a migração!
Quando falamos do fenómeno da migração em África vem-nos logo a mente as imagens de africanos em embarcações precárias no mar mediterrâneo rumo a Europa. Ora bem o relatório analisado pelos participantes ao fórum Now Generation (Geração Agora em contraste ao que se seria futura geração) e que foi depois objecto de conversa no evento principal i.e. o fórum sobre Governação em África, indica que o continente africano, com cerca de 14.1%, contribui com muito poucos migrantes. De facto, o relatório assinala que grande parte da migração que se assiste em África é dentro do continente, i.e. verifica-se muito mais um movimento de pessoas de um país para outro do que de África para outras partes do mundo, ao contrário de outras partes do mundo como a Europa que constitui 23.7% do fluxo da população migrante.
Estes dados não deixam de ser interessantes porque dão-nos outra visão do fenómeno inerente a raça humana que é a migração. Foi igualmente trazida a reflexão a questão do poder nas relações, onde uma pessoa que se desloca do Sul (África) para o Norte (Europa) é vista como migrante e no sentido contrário, como expatriada ao invés de ser vista como ela realmente é i.e. migrante como qualquer outra pessoa em qualquer sentido.

(Leia o artigo na integra na edição 526 do Expansão, de sexta-feira 31 de Maio de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)