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Opinião

Prodesi tem novo folêgo

Editorial

A Economia e a Agricultura têm novos ministros. Dois sectores que suportam o Prodesi, a solução governamental para a diversificação económica e para o crescimento do País. A responsabilidade da fraca velocidade a que este está a andar foi então atribuída a Marcos Nhunga e Pedro Luís da Fonseca, e já agora, também a Alcino Izata da Conceição, que fazia a ligação destes ministérios a Manuel Nunes Júnior, o "chefe" da equipa económica do Governo.

Pelo que fomos apurando ao longo das últimas semanas, o cumprimento das metas que constam do plano obrigam a reuniões interministeriais regulares, tem havido dificuldade em que todos se façam representar ao mesmo tempo, e ainda assim, depois falta dinheiro e meios para desenvolver as medidas preconizadas. Ou seja, a culpa é de todos e a culpa não é de ninguém.

Outra das questões que não se pode esconder é o mal-estar que existe entre os representantes dos vários ministérios, e neste aspecto as queixas vão quase sempre em direcção do Ministério das Finanças. Mantendo aquele estatuto de "super ministério", não gostam de ser contrariados, e ouvimos de alguns que se são contrariados nestas reuniões, surgem depois os problemas para a gestão do dia-a-dia nas suas instituições, as verbas não chegam, "e às vezes até falta papel".

Tal como nas equipas de futebol, também no Governo é necessário que exista um bom ambiente em campo para conseguir ganhar. E neste aspecto parece que as coisas não estão a correr lá muito bem.

Vários jogadores que acham que devem ocupar o mesmo lugar, queixas que o treinador protege alguns dos seus craques e que nesta altura não são os mais produtivos em campo, falta de execução no terreno das jogadas predefinidas nos treinos, são exemplos que "torpedeiam" a solidariedade em campo. Agora, com duas substituições cirúrgicas na equipa, podemos apurar que até ao final de Setembro poderão ocorrer mais duas/três alterações, é de prever que as coisas melhorem, e que na verdade o Prodesi possa andar mais rápido.

O BNA também entrou em campo e convocou os oito bancos protocolados no PAC para avisar que o programa é mesmo para cumprir, e que não vale a pena virem com as desculpas habituais da falta de garantias, da falta de histórico, no fundo, das faltas de qualquer coisa. Aliás, saúde-se um maior envolvimento do BNA no seu papel de órgão regulador, disciplinando um sector que sempre se habituou a andar à vontade.

Resumindo, muita coisa mudou em apenas uma semana no que concerne ao apoio que é necessário dar para o desenvolvimento do Prodesi. Estão aí os sinais. Veremos se na prática resultam. Por agora um intervalo neste jogo para ver se os novos jogadores e a nova mentalidade permitem avançar mais rapidamente.


Editorial da edição 534 do Expansão, de sexta-feira, dia 26 de Julho de 2019, já disponível em papel ou em versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui.