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Afinal o preço do barril de crude cresceu apenas 4 dólares em 5 dias

ATAQUE À SAUDI ARAMCO

Cinco dias após o ataque à maior plataforma do mundo, com quebras de produção de 5,7 milhões de barris/dia, o preço do barril não disparou como alguns previam. Na sessão de 2.ª feira aumentou 9 dólares, e desde aí tem vindo a cair. Entre o antes e o depois, o aumento do preço do barril foi de apenas 4 dólares.

O ataque à Saudi Aramco não teve o impacto sobre os preços que vários comentadores vaticinavam. Seis dias depois o acréscimo é de apenas quatro dólares por barril, índice Brent, ou seja um impacto de apenas +7%.

O ataque resultou na interrupção da produção de cerca de 5,7 milhões de barris de petróleo e 2 biliões de metros cúbicos de gás associado, equivalente a 50% da produção da Arábia Saudita e 5% da produção total global, tornando-se assim, na maior interrupção da história no que tange a produção de petróleo no mundo, ultrapassando as perdas registadas no Iraque e Kuwait em 1990 e as perdas de produção no Irão em 1979 durante a revolução islâmica.

Apesar da gravidade do ataque, o mercado estava preparado e deu uma resposta rápida, como explica o engenheiro Patrício Quingongo. "Os preços não atingiram os níveis "especulados" como se esperava, devido a rápida resposta por parte dos EUA, Rússia e da própria Arábia Saudita, no que diz respeito ao uso das reservas estratégicas de petróleo.

Os EUA possuem uma reserva estratégica actualmente avaliada em 644,8 milhões de barris e a Arábia Saudita possui cerca de 187,9 milhões de barris, que deverão ser usados para fazer face as necessidades do mercado e evitar um colapso na oferta de crude no mercado, que resultaria no escalonamento dos preços.

Por outro lado, A Arábia Saudita já garantiu que irá restaurar a sua produção nas próximas semanas, sendo que almeja atingir uma produção diária de 12 milhões de barris em Novembro do ano corrente. Hoje, 70% da produção saudita já se encontra operacional, factor que forçou ainda mais a descida dos preços para cerca de 64 dólares".

Os ataques atingiram Hijra Khurais, um dos maiores campos de petróleo da Arábia Saudita, que produz cerca de 1,5 milhões de barris por dia. Eles também atingiram a Abqaiq, a maior instalação de refinação de petróleo do mundo, que processa sete milhões de barris de petróleo saudita por dia, cerca de 8% do total mundial. Os danos em Abqaiq têm efeitos indirectos nos campos de petróleo do país.

O campo de Ghawar, o maior do mundo, e o Shaybah, que produz um milhão de barris por dia, também tiveram interrupções por causa dos problemas em Abqaiq. Sem confirmarem a extensão dos danos para a produção de petróleo, autoridades sauditas confirmaram quinta- -feira, que esperam que a extração de crude no país volte ao nível de 9,8 milhões de barris/dia no início da próxima semana. (...)

(Leia o artigo integral na edição 542 do Expansão, de sexta-feira, dia 20 de Setembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui.