Dois anos depois da tomada de posse de JLo, como o Executivo ainda espera ter crescimento sem produção?
O mês de Setembro tem sido para os angolanos um mês de muitas realizações históricas. Por exemplo as primeiras eleições multipartidárias foram realizadas em Setembro de 1992, também foi em Setembro mas de 2017 que Angola teve o seu terceiro presidente da república, João Lourenço. Um ano mais tarde, em Setembro de 2018, João Lourenço assegurou a liderança do partido MPLA concentrando assim na sua pessoa o controlo do partido e do Estado pondo fim a bicefalia então vigente.
Passados dois anos desde que o Presidente João Lourenço tomou posse e um ano desde que assumiu o controlo do partido MPLA, que por ser maioritário na Assembleia Nacional permiti-lhe governar com alguma tranquilidade, Angola continua a enfrentar uma crise grave derivada da forte dependência das receitas do petróleo. Consequentemente é compreensível o esforço que o Executivo tem vindo a fazer no sentido de promover a diversificação da economia. Porém, como temos assinalado este esforço peca pela falta de focos e coordenação.
Olhando para aquilo que foi o "milagre" económico em outras partes do mundo, por exemplo na Ásia onde encontramos os exemplos mais recentes, notamos que o "segredo" foi um aumento rápido da produtividade no sector agrícola, fomento da indústria transformadora por parte do Estado, criando condições para que o sector privado fizesse os devidos investimentos, e uma intervenção no sector financeiro.
Apesar do último relatório do Banco Mundial (IFC) sobre a "Criação de Mercados em Angola" não fazer ênfase da necessidade que Angola tem de se industrializar, este documento teve o mérito de assinalar a necessidade do País apostar no agronegócio. Verdadeiramente é no sector da agricultura, a par da ausência de um plano sério de industrialização, que o Executivo fracassou nos últimos dois anos.
(Leia o artigo na integra na edição 542 do Expansão, de sexta-feira 20 de Setembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)