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Futuro da TAAG a reboque do processo de privatização

FECHOU A EMPRESA PÚBLICA

As contas de 2017 da companhia mostram o maior prejuízo dos últimos anos, quase 100 mil milhões de kwanzas, resultados transitados de 171 mil milhões e dívidas de curto prazo superiores a 200 mil milhões. Este é o cenário com que a TAAG fecha enquanto empresa pública. O futuro passa agora pela privatização.

As contas da TAAG no último ano da sua existência enquanto empresa pública, apresentaram prejuízos de quase 100 mil milhões Kz, os maiores dos seus quase 40 anos de história, representando um aumento de mais de 1.200% relativamente a 2017, ano em que a empresa tinha apresentado resultados líquidos negativos na ordem dos 7,7 mil milhões.

De acordo com as demonstrações financeiras publicadas no site do IGAPE, os resultados operacionais também se mantiveram negativos. Em termos práticos, a empresa voltou a perder dinheiro em 2018, e por comparação com o ano anterior, passou de -11,87 mil milhões Kz para -56,77 mil milhões. Este facto pode ter como primeira explicação, de acordo com a administração da companhia, com a desvalorização do kwanza, uma vez que grande parte das suas despesas são pagas em moeda estrangeira e a maioria das receitas é feita em moeda nacional.

"A TAAG é uma companhia que opera em multimercado, preparando as suas demonstrações financeiras em duas moedas, nomeadamente em kwanzas e em dólares americanos, sendo uma a moeda de relato e outra a moeda funcional. O efeito combinado das duas moedas, contextualizado no ambiente macroeconómico de Angola, considera uma depreciação acumulada de 84,2%. Assim, o aumento nominal do volume de negócios de 13,6 mil milhões kz (+13%) corresponde afinal a uma redução homóloga real em cerca de 81 milhões de dólares. Igualmente, a variação positiva dos custos operacionais em 58,6 mil milhões kz, decorre da sua indexação ao dólar de tal forma que o impacto líquido da desvalorização cambial ascende a 35,7 mil milhões kz", explica uma nota da empresa.

Este crescimento exponencial dos resultados negativos têm como explicação o aumento dos custos de pessoal, mais 33,4%, apesar da redução do número de trabalhadores. Ao nível da TAAG e por força da concertação social com as várias associações sindicais dentro da empresa foram registados aumentos de salário base entre os 10 e 20% no mês de Maio e 7% no mês de Setembro. De igual modo, foram registados aumentos em subsídios internos próprios do sector da Aviação Civil. O aumento homólogo dos encargos com o pessoal é também justificado pelas estruturas de suporte que a TAAG tem no exterior (delegações), cujos custos são referenciados e pagos em moeda externa. (...)


(Leia o artigo integral na edição 545 do Expansão, de sexta-feira, dia 11 de Outubro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)


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