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Bancos vendem dívida para cumprir reservas obrigatórias

Para captar liquidez

Os bancos estão preocupados com a obrigatoriedade de terem que aumentar as suas reservas obrigatórias no BNA, já que lhes vai retirar liquidez numa altura que o mercado cambial vive incertezas com a liberalização da taxa de câmbio e o "gap" entre o formal e informal está a acentuar-se.

Vários bancos estão a desfazer- se de aplicações, sobretudo títulos de dívida pública, para conseguirem cumprir com as exigências do Banco Nacional de Angola (BNA) no aumento do coeficiente de reservas obrigatórias, no âmbito das políticas monetárias mais restritivas para a liberalização do mercado cambial, apurou o Expansão.

Apesar destas exigências já terem sido anunciadas após a reunião de urgência da Comissão de Política Monetária do banco central, quarta-feira da semana passada, e entretanto publicadas através de instrutivo, o prazo para aumentar de 17% para 22% coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional é agora definido pela directiva n.º 8 do BNA que os depósitos devem estar no banco central a 4 de Novembro. Para calcular os valores das reservas, os bancos devem considerar os depósitos de 28 de Outubro a 1 de Novembro, indica a directiva.

De acordo com vários banqueiros ouvidos pelo Expansão, esta semana a principal preocupação das instituições bancárias passava por encontrar mecanismos para que a partir da próxima semana consigam realizar os depósitos junto do banco central, sem perder total liquidez que possa condicionar o funcionamento das instituições. Instalada que está a correria para o alcance do coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional, a solução para alguns bancos está na venda de dívida pública que tem em carteira.

Mas vender não basta, é preciso que haja interessados nestes produtos, o que parece não ser fácil, já que aparentemente o mercado estará a fugir da dívida titulada em kwanzas devido à instabilidade do mercado cambial. "A maioria dos bancos tem os seus investimentos em produtos indexados e isso não é liquidez imediata. Teremos que nos desfazer de algumas aplicações indexadas para fazer face a isso", defende o responsável de um dos principais bancos do mercado. (...)


(Leia o artigo integral na edição 548 do Expansão, de sexta-feira, dia 1 de Novembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)