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Angola

Desaceleração da inflação em mês do IVA e de queda do Kz não convence especialistas

ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR NACIONAL EM OUTUBRO

O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) indica que, no mês de Outubro, os angolanos gastaram mais comalimentos e bebidas não alcoólicas. Em termos de preços por províncias, o Huambo, com 2,4%, liderou a tabelade regiões onde o custo de vida subiu, enquanto no sentido oposto, Luanda foi a que registou a taxa mais baixa.

O custo de vida no consumidor nacional registou uma ligeira desaceleração de 1,38% entre Setembro e Outubro de 2019, contrariando as expectativas dos economistas e empresários, num mês marcado por dois factos, a entrada em vigor do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) e a depreciação abrupta do Kwanza com a liberalização da taxa cambial.

Apesar dos aumentos registados nas classes de "alimentação e bebidas não alcoólicas" com 1,92%, "hotéis, cafés e restaurantes" com 1,5%, "bebidas alcoólicas e tabaco" com 1,4% e "lazer, recreação e cultura" com 1,4%, o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) apresentou uma taxa de inflação mensal em baixa.

Em termos homólogos, a inflação situou-se nos 16,0%, registando um decréscimo de 1,9 pontos percentuais em relação à observada em igual período de 2019. Os preços, em termos homólogos, ainda estão acima da meta do Governo que prevê, para o exercício de 2019, uma inflação anual de 15%.

A desaceleração da inflação, de acordo com especialistas, não era esperada e permanece a dúvida sobre os indicadores dos preços em Angola.

O economista Francisco Paulo duvida dos indicadores do INE. "Não acredito que em Outubro os preços tenham aumentado apenas 1,38%. Neste mês, no mínimo, os preços deveriam aumentar em 4%, tendo em conta o IVA, mas deduzindo já o imposto de consumo que foi retirado. Agravado com a variação cambial que ocorreu neste mês, esperava- se uma inflação mais elevada", refere o investigador da Universidade Católica de Angola.

Quanto ao apuramento dos dados, Francisco Paulo acredita que o INE tem melhorado muito, mas tem de explicar os números. "Não acredito que esta informação seja martelada, mas o INE tem de justificar esta taxa, melhor do que nós, somente o INE sabe o que exactamente aconteceu." (...)


(Leia o artigo integral na edição 550 do Expansão, de sexta-feira, dia 15 de Novembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)