Um dos pressupostos do OGE 2020 é o aumento da inflação para 25%, nesta altura o acumulado dos últimos 12 meses é de 17,75%, justificado pelo ministro de Estado Manuel Nunes Júnior com a combinação de dois factores - o fim do programa de preços subsidiados e a estabilização cambial - que significa, na prática, aumento do preço dos combustíveis e impacto da desvalorização do kwanza. Dois pressupostos que também constam do acordo com o FMI e que vão concretizar- se logo nos primeiros meses do próximo ano.

A proposta de OGE aponta para um preço médio do barril de petróleo para o próximo ano de 55 USD, abaixo das previsões internacionais (estimadas entre os 62 e os 65 USD), e uma produção de 1,43 milhões de barris diários (mbd), acima da média deste ano, 1,39 mbd. Uma projecção cautelosa para o preço, mas optimista para as quantidades.

Este é também o orçamento da retoma económica, depois de quatro anos de recessão (a contar com este ano), prevendo um crescimento de 1,8% do PIB, suportado pelo crescimento do sector petrolífero (+1,5%) e do sector não petrolífero (+1,9%). Recorde-se que OGE 2019 revisto previa um crescimento de 0,4%, mas o Governo assume agora que deverá ter um decréscimo de 1,1%.

Os números globais do OGE apontam para receitas e despesas na ordem dos 15,971 biliões Kz, um acréscimo de 53% face ao OGE 2019 Revisto. Em termos reais, tendo em linha de conta a inflação (deve fechar o ano com um valor de 19%) e a desvalorização do kwanza (previsão de 35% no final de Dezembro), não terá praticamente aumento. Esta análise justifica-se porque grande parte da execução da despesa tem como referência o dólar ou o euro. (...)

(Leia o artigo integral na edição 551 do Expansão, de sexta-feira, dia 22 de Novembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)