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Plano de resgate e 273 milhões USD para salvar empresa aérea

MAIS DE 3 MIL EMPRESAS JÁ FORAM RESGATADAS NA ÁFRICA DO SUL DESDE 2011

O gestor nomeado pela Comissão de Empresas e Propriedade Intelectual tem 25 dias para apresentar um plano de reestruturação da South African Airways ou a sua liquidação. A reestruturação poderá implicar o despedimento de mais de 900 dos 5.140 trabalhadores da empresa, que há uma década vive de resgates.

O governo sul-africano pediu a nomeação de um gestor de negócios, depois de a South African Airways (SAA) apresentar um pedido de "resgate", uma forma de protecção contra a falência criada em 2011, elevando para 3.200 o número de empresas sul-africanas que recorreram a este mecanismo para evitar o colapso e reestruturar o seu negócio.

O pedido de resgate da SAA, que nos últimos três anos recebeu mais de 1,4 mil milhões USD do Governo para se manter a voar, foi aceite pelo Presidente Cyril Ramaphosa, que se confronta com várias empresas estatais em situação idêntica, sem dinheiro e fortemente endividadas.

Além de aceitar o pedido de resgate e pedir a nomeação de um gestor - a Comissão de Empresas e Propriedade Intelectual escolheu a Les Matuson, da Matuson & Associates - o governo anunciou um apoio de 273 milhões, em empréstimos e garantias de dívida, para pagamento de salários e despesas urgentes. Essa injecção de dinheiro permite que a empresa se mantenha à"tona de água", enquanto é elaborado um plano para salvar a SAA, que deverá ser apresentado aos credores no espaço de 25 dias.

O Sindicato Nacional dos Metalúrgicos da África do Sul e a Associação Sul-Africana de Tripulantes de Cabine, que representam cerca de 3 mil trabalhadores da SAA, não se opõem à indicação do gestor, mas pedem a indicação de "outro profissional", indicado pelos sindicatos, que trabalhe com quem já foi nomeado. Os sindicatos temem que o processo favoreça os credores, em detrimento dos trabalhadores, depois de informações de que o plano de reestruturação poderá cortar 944 dos 5.140 empregos.

A SAA, que já foi sujeita a vários planos de resgate desde 2011, está na iminência do colapso, depois de uma greve em Novembro que deixou a empresa sem dinheiro para pagar salários. O quadro agravou-se mais, desde que duas grandes companhias de seguros deixaram de cobrir passagens pelo risco de insolvência, segundo a Reuters.

"Esta foi a única maneira de garantir a sobrevivência", justificou Ramaphosa, segunda-feira, apontando igual caminho para as outras empresas com dificuldades crónicas, como são os casos da estatal de electricidade Eskom, a empresa de defesa Denel e a Prasa - Agência de Passageiros da África do Sul, que sobrevivem graças a "injecções" de dinheiro do Estado.

Dias antes do pedido de resgate da South African Airways, o governo colocou sob protecção a Railways, tendo encarregado o ministro dos Transportes, Fikile Mbalula, de nomear um consultor independente para administrar a empresa de transporte ferroviário de passageiros, como refere a Reuters. (...)


(Leia o artigo integral na edição 554 do Expansão, de sexta-feira, dia 13 de Dezembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)