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Coronavírus pressiona preço do crude

SEMANA DE 22 A 29 DE JANEIRO

Confiança dos investidores está em queda já que aumentaram os receios sobre uma eventual quebra da procura de petróleo por parte da China, país onde já morreram mais de 200 pessoas e onde há 10 mil infectados.

A volatilidade do mercado petrolífero, na última semana de Janeiro, foi motivada pelos receios em relação ao coronavírus e pelo aumento das reservas de gasolina dos EUA. Durante a semana, o novo vírus respiratório de origem chinesa, conturbou a confiança dos investidores devido à especulação de que o mesmo possa afectar a procura de petróleo por parte da China. Também a prejudicar o desempenho da matéria-prima, esteve a divulgação da Agência Internacional de Energia dos EUA de que os inventários de gasolina norte-americanos subiram 260 milhões de barris para 1,75 milhões de barris, marcando um novo recorde histórico.

Estes acontecimentos influenciaram, negativamente, as negociações do barril do petróleo e permitiram que a matéria-prima se situasse abaixo dos 60 USD. Deste modo, o Brent registou uma queda semanal na ordem dos 4%, tocando em mínimos de Outubro de 2019 no decorrer da semana.

A contrapor a tendência de queda da commodity, por um lado, esteve a expectativa da Arábia Saudita de um impacto muito limitado na procura global por causa do vírus, assegurando que a OPEP estará preparada para intervir no mercado caso haja desequilíbrio entre a oferta e a procura. Em concordância com o supracitado, segundo a Reuters, a OPEP prevê estender até Junho deste ano os actuais cortes de produção que expiram em Março, e discutir cortes mais profundos se os preços continuarem a reduzir em consequência dos temores existentes.

Relativamente ao mercado bolsista, as principais bolsas internacionais foram também prejudicadas pelo coronavírus. Contudo, ao longo da semana os índices inverteram o movimento de queda, e subiram para máximos de Outubro do ano passado, devido à convicção de que os esforços globais para conter o vírus evitarão uma contracção económica e aos resultados positivos das cotadas dos sectores de tecnologia e serviços.

Pondo em destaque outras ocorrências da semana, o conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) decidiu, na primeira reunião deste ano, manter inalteradas as suas taxas directoras. O conselho do BCE decidiu ainda que as compras líquidas de activos, relançadas a 1 de Novembro, deverão decorrer até quando for necessário para reforçar o impacto acomodatício das taxas directoras. Nota-se que, os acontecidos ocorreram numa altura em que a consultora IHS Markit revelou a estagnação da actividade empresarial na Zona Euro em Janeiro, para o nível mais fraco dos últimos seis meses.

(Artigo publicado na edição 559 do Expansão, de sábado, dia 1 de Fevereiro de 2020, disponível aqui em versão digital)

*Banco Angolano de Investimentos