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Nível de 'contágio' do coronavírus sobre a economia mundial depende da duração da epidemia

PREÇO DO BARRIL DE BRENT CAI MAIS DE 20% DESDE O INÍCIO DO ANO

A "emergência de saúde pública global" decretada pela OMS ainda não é uma pandemia mas mostra ter poder para "contagiar" negativamente a economia acima dos efeitos de outros surtos.

É cedo para balanços, mas os analistas estão preocupados com os efeitos do novo vírus respiratório de origem chinesa, não apenas na China, mas a nível global, dado que aquele país tem a segunda maior economia e qualquer redução no PIB de 2020 terá reflexos no resto do mundo.

Com a economia ainda a recuperar da recente guerra comercial com os EUA, é expectável que o país não consiga melhorar os 6,1% de crescimento de 2019, já de si o mais lento dos últimos 29 anos, podendo este ano cair para os 5,6%, como previu recentemente a Oxford Economics, ainda com base nos primeiros efeitos do vírus.

A acontecer esta queda, escreve o New York Times, o crescimento económico mundial sofreria também um corte de 0,2%, para uma taxa de 2,3%, o ritmo mais lento desde a crise financeira global de 2008, valor que será ainda mais baixo caso o surto não seja controlado nas próximas semanas.

Para já, são evidentes os sintomas do coronavírus em vários sectores da economia chinesa, com uma queda de quase 8% no principal índice da Bolsa de Xangai, na segunda-feira, dia 3 (a maior queda desde 2007), lojas fechadas, fábricas paradas, voos suspensos e menor procura de combustíveis, o que já provocou uma queda de 20% no preço do Brent, para menos de 55 dólares/barril (preço de referência no OGE 2020 nacional), desde o início de Janeiro, data em que as autoridades chinesas reconheceram a existência do surto.

No início da semana [passada], a Bloomberg avançou que o consumo de combustíveis na China caiu já cerca de 20% desde o início do surto de 2019-nCoV, designação oficial do coronavírus, o que representará uma quebra da procura na ordem dos 3 milhões de barris/ dia, num país que consome diariamente cerca de 14 milhões.

Mas há analistas mais optimistas que apontam para uma redução da procura chinesa entre os 250 e os 500 mil barris/dia, sobretudo de combustível de aviação, na sequência da suspensão de voos de e para a China por parte de mais de quatro dezenas de companhias aéreas, algumas com suspensões anunciadas até ao final de Março.

Neste âmbito, a maior petrolífera chinesa, a Sinopec, está já a refinar menos 600 mil barris/dia (cerca de 12% da capacidade), e solicitou às refinarias de menores dimensões cortes até 50%. (...)


(Leia o artigo integral na edição 560 do Expansão, de sexta-feira, dia 7 de Fevereiro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)