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Opinião

Qual é o sector decisivo para o crescimento de uma economia?

Milagre ou miragem?

O Relatório de Fundamentação do OGE 2020 confirma que 2019 foi mais um ano de recessão económica, o que constitui a maior prova de que o Executivo tem estado consecutivamente a errar na sua estratégia de crescimento económico.

Para entendermos a questão da ausência de crescimento, podemos começar por olhar para aqueles países que hoje são considerados ricos, na sua maioria membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. O que estes países têm em comum é que todos eles em um dado momento do seu desenvolvimento criaram uma indústria transformadora forte.

Angola tem uma forte dependência do sector petrolífero. Como resultado, a economia está sujeita a choques externos, i.e. Angola não controla os preços (e a demanda) nos mercados externos. Este sector não consegue absorver a grande quantidade de mão-de-obra disponível no mercado (muita da qual não qualificada).

O mesmo não se verifica quando analisamos os sectores secundários, particularmente a indústria transformadora. Kaldor (1989) mostra que a taxa de crescimento da produção na indústria transformadora está intimamente ligada a taxa de crescimento económico. Um aumento da produtividade no sector industrial faz crescer a produtividade nos demais sectores (agricultura, comércio, serviços, transportes).

Os países ricos também passaram por um processo chamado de transformação estrutural, i.e., à medida que se foram desenvolvendo o sector agrário deixou de contribuir tanto em termos percentuais para o PIB e a criação de emprego (Banco Mundial, 2007). Então, porque razão o Executivo não promove um rápido processo de industrialização?

O PRODESI pretende que Angola, para além do petróleo e diamantes, produza e exporte banana, café, rochas ornamentais, madeira, i.e. produtos básicos sem contudo alterar a estrutura produtiva do país. No documento PRODESI a palavra "industrialização" apenas aparece uma única vez. O Presidente João Lourenço nos discursos sobre o "Estado da Nação" começou por prometer em 2017 "Vamos criar as condições para investir seriamente na agricultura e na indústria transformadora, por serem os sectores que permitem gerar riqueza, mas também gerar empregos estáveis indutores do bem-estar das famílias", para em 2019 dizer "No que diz respeito ao sector da Indústria, é de assinalar a realização de diversas feiras da produção nacional com a exibição de vários produtos fabricados em Angola". (...)

(Leia o artigo integral na edição 561 do Expansão, de sexta-feira, dia 14 de Fevereiro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)