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África

'Cidade inteligente' vai nascer a 52 quilómetros de Joanesburgo

MEGA EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRO ANUNCIADO NO DISCURSO SOBRE O ESTADO DA NAÇÃO

Com a economia "paralisada", penalizada por cortes no fornecimento de electricidade e pelo elevado desemprego, o Presidente Cyril Ramaphosa aproveitou o discurso sobre o estado da nação para apresentar o maior empreendimento imobiliário do país. A primeira de 30 "cidades inteligentes" que o governo quer erguer.

O governo sul-africano vai avançar com a construção de uma cidade inteligente na província de Gauteng, a 52 quilómetros de Joanesburgo, com capacidade para 500 mil pessoas, e que irá mudar a "arquitectura espacial do apartheid social e económico" que ainda existe, 26 anos depois do fim do Apartheid, anunciou Cyril Ramaphosa, durante o discurso sobre o estado da nação, onde apresentou também um plano de seis pontos para combater o desemprego.

O projecto da cidade inteligente de Lanseria, a que 350 mil a 500 mil pessoas chamarão de lar na próxima década", como afirmou o Presidente sul-africano, contempla a criação de 50 mil unidades residenciais e 5 milhões de metros quadrados de espaço comercial, no maior empreendimento imobiliário de África do Sul. Construída em torno do actual aeroporto, com centros de turismo, de lazer e de negócios, Lanseria foi identificado como o principal corredor de desenvolvimento do país, num documento de 2018, que apresenta os planos do governo para construir 30 novas cidades, ligadas por comboios de alta velocidade, num investimento total de 100 mil milhões de rands (6,6 mil milhões USD), como recorda a Business Tech.

A nova cidade, totalmente apetrechada com tecnologia 5G e que, segundo Ramaphosa, será uma referência internacional em infraestrutura verde, é um projecto conjunto do Gabinete de Investimentos e Infraestruturas da Presidência, que lidera o processo, e dos governos provinciais de Gauteng. "As cidades de Joanesburgo, Tshwane e Madibeng e parceiros privados também ajudarão a tornar a cidade inteligente uma realidade", escreve o MyBroadband, o maior site sul-africano dedicado às tecnologias de informação.

"Trabalhando com instituições financeiras de desenvolvimento, montámos um processo inovador que financiará os esgotos, electricidade, água, infraestrutura digital e as estradas que servirão de base à nova cidade", avançou o Presidente sul-africano, antecipando a pergunta sobre a proveniência do dinheiro, numa altura em que a economia está paralisada, depois de sair de uma recessão, no final de 2018. No início da semana, quatro dias depois do discurso sobre o Estado da Nação, a Moody"s reduziu para 0,7% a sua previsão de crescimento da economia para 2020, justificando com a falta de dinamismo do sector privado e o pessimismo dos empresários.

A agência de rating, que em Setembro previa um crescimento de 1,5%, justificou ainda o corte no crescimento com o impacto da falta generalizada de energia, sobretudo na indústria de manufacturação e de mineração, por causa dos cortes da estatal Eskom, que produz mais de 90% da electricidade consumida no país. (...)


(Leia o artigo integral na edição 562 do Expansão, de sexta-feira, dia 21 de Fevereiro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)