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África

África do Sul entra em recessão técnica, a segunda em dois anos

CRESCIMENTO DE 2019 É O PIOR DESDE A CRISE FINANCEIRA DE 2008-2009

Agricultura, transportes e construção foram os sectores que mais contribuíram para a contracção da economia no 4.º trimestre de 2019. O sector financeiro foi o que teve o melhor desempenho, contrariando a tendência de queda que afectou sete dos 10 sectores analisados. O fraco crescimento em 2019 mostra a "fraqueza" da economia doméstica, segundo Cyril Ramaphosa.

A África do Sul entrou na segunda recessão em dois anos, no quarto trimestre de 2019, depois de o produto interno bruto (PIB) cair 1,4%, após uma contracção de 0,8% no terceiro trimestre, segundo mostram os dados divulgados pelo instituto de estatísticas sul-africano (Stats), que revelam um crescimento da economia de 0,2% em 2019, o "mais baixo desde a crise financeira de 2008-2009".

Agricultura, com um recuo de 7,6% face ao trimestre anterior foi o principal obstáculo ao crescimento em 2019, em resultado da seca que obrigou a restrições no abastecimento de água e a cortes no fornecimento de energia. Transportes, com uma queda de 7,2%, e a construção (5,9%) foram os outros dois sectores que mais contraíram.

O sector financeiro, pelo contrário, foi o que mais contribuiu para o PIB - cresceu 2,7% - mostrando resiliência diante de condições económicas adversas. O fraco desempenho da economia sul-africana mostra a "fraqueza" da economia doméstica, segundo declarou terça-feira o Presidente Cyril Ramaphosa, evidenciando a necessidade de aprimorar as reformas para conter a despesa pública.

O governo está concentrado em conter a massa salarial, que representa um terço da despesa pública, mas os sindicatos avisaram terça-feira que entrariam em "guerra", com novo ciclo de greves, se o governo não honrar o acordo salarial de três anos com o sector público. A intenção do governo, de acordo com o ministro das Finanças, Tito Mboweri, é fazer cortes na massa salarial do sector público de 10,3 mil milhões USD, nos próximos três anos, recusando a exigência de aumentos, imposta pelos sindicatos.

A entrada em recessão, pela segunda vez em dois anos, representa um revés nos esforços de Cyril Ramaphosa para revitalizar a economia, tornando mais real a ameaça da Moody"s de rebaixar a dívida soberana para a categoria de lixo. A Moody"s foi a última das três principais agências de notação a avaliar a dívida do país no nível de investimento, classificação que será reavaliada no dia 27 de Março. (...)

(Leia o artigo integral na edição 564 do Expansão, de sexta-feira, dia 6 de Março de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)