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Empresas & Mercados

Crise económica 'afunda' vendas de cimento em 60% para 2,4 milhões de toneladas

ENTRE 2014 A 2019

Para contrapor a situação actual, a Associação da Indústria Cimenteira (AICA) apresentou uma proposta ao Governo no sentido da construção das estradas ser em betão. As cimenteiras estão a laborar abaixo do potencial de produção instalado, apenas 33%, mas os preços na porta da fábrica mantém-se em alta - 31,5 mil kz/ton.

A crise financeira e a quebra de investimentos no sector da construção fizeram recuar as vendas de cimento em quase 60%, para 2,4 milhões de toneladas (ton) em finais de 2019, contra os 5,6 milhões de toneladas comercializadas em 2014.

Contas feitas pelo Expansão, com base nos relatórios de produção e comercialização de cimento das cinco fábricas do País, indicam que as vendas tiveram uma quebra em seis anos de 3,8 milhões de toneladas entre 2014 a 2019.

Com as vendas em queda, de acordo com a presidente do conselho de administração da FCKS, Emanuela Lopes, a produção também manteve a tendência de baixar e a justificação é a falta de mercado e o desinvestimento público na construção civil. A AICA lembra que neste momento a produção de clínquer e de cimento é excedentária, tendo em conta as vendas.

"As empresas foram obrigadas a baixar os níveis de produção de cimento e clínquer por falta de mercado. Se em 2014, o País produziu 4,5 milhões de toneladas de cimento, em finais de 2019 apenas foram produzidos 2,8 milhões de toneladas", revela a AICA.

Nos últimos seis anos, de acordo com os cálculos do Expansão, a produção de cimento caiu 38%, um valor que revela a crise de negócios de cimento e clínquer em Angola depois da crise de 2016 e 2017. Muitas das obras aprovadas acabaram por parar por falta de capacidade de investimento das empresas, mas também porque o Governo suspendeu os pagamentos aos empreiteiros.

"A carteira de encomendas na construção caiu e há limitações nos financiamentos para este sector. Tudo está parado e esperam-se dias difíceis. Não há investimentos nem despesas públicas neste sector e isso reflecte-se no fraco consumo de produto", refere uma fonte da Associação da Indústria Cimenteira de Angola (AICA), explicando ainda que se a construção das estradas nacionais, secundárias e terceiras fosse em betão isso aumentaria o consumo e consequentemente nas vendas.

A proposta foi apresentada ao Governo, sendo que brevemente será acompanhado de um estudo onde se analisam os custos face à utilização de alcatrão, a durabilidade e a facilidade de construcção. Por exemplo, nos Estados Unidos muitas das suas vias principais foram feitas com betão. (...)

(Leia o artigo integral na edição 565 do Expansão, de sexta-feira, dia 13 de Março de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)