Preços baixos ameaçam estratégia para inverter declínio da produção
O preço do petróleo está abaixo dos 50 USD que são a referência das operadoras para avançar com investimentos. Com o barril a bater nos 35 USD, agravam-se os riscos pondo em causa o objectivo do Executivo de aumentar a produção de crude nos próximos tempos.
O preço do petróleo actualmente abaixo dos 50 USD previstos para média anual pelas operadoras de blocos petrolíferos em Angola poderão atrasar os novos investimentos no País, ameaçando a estratégia do Executivo para inverter o declínio da produção, apurou o Expansão junto de fontes do sector.
As operadoras fizeram os seus planos de investimento tendo como base um preço médio do petróleo acima dos 50 USD e com os preços actualmente muito abaixo desta referência é natural que as empresas ajustem as suas projecções de investimento.
Existem vários blocos entretanto já renegociados em que o custo de investimento para produzir "ouro negro" em Angola já está amortizado, como é o caso dos blocos 17 - localizado na Bacia do Congo em águas profundas (operado pela Total) - o 15 e o 0 - localizados em Cabinda igualmente em águas profundas (operados pela Chevron).
Ou seja, como estes operadores já estavam nestes blocos, tendo entretanto renegociado a sua continuidade, por isso não correm riscos tão elevados de não conseguir retorno face aos preços baixos, isto porque não terão que voltar a investir capital para iniciar produção.
"Se o preço do petróleo se mantiver acima do custo de produção nos blocos em que já não há valor de investimento a recuperar, a produção nestes blocos dá lucro, quer para o Estado, quer para as operadoras, mas como é obvio vai verificar-se uma quebra significativa nas receitas e consequentemente nos lucros, mas ainda assim é rentável para as produtoras" afirma uma fonte do sector que não quis ser identificado.
Os analistas José Oliveira e Patrício Quingongo concordam, apesar de admitirem ser ainda cedo para fazer projecções sobre qual será o preço médio do barril de petróleo no final do ano, tendo em conta que não se sabe quanto tempo vai durar a "guerra" de preços entre Arábia Saudita e a Rússia. (...)