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Angola, e depois da Covid-19?

Liderança

Sejamos realistas, o País não tem os fundos para ultrapassar rapidamente esta crise. Será necessário um apoio muito forte do FMI e de outras instituições multilaterais. O País e os seus parceiros africanos devem exigir esse apoio, não só em termos financeiros, mas especialmente em termos de apoio ao sector da saúde.

A Covid-19 é uma doença provocada pelo vírus da família dos coronavírus, que pode causar infecção respiratória grave, que começou na China e depois foi-se espalhando pelo mundo, com especial incidência inicial no Irão, Coreia do Sul e Itália e depois ao resto da Europa, EUA e resto do mundo. Devido ao facto de ficar muitos dias no corpo humano, podemos ter o vírus sem que nos apercebamos e transmiti-lo a outras pessoas, incluindo às que nos são mais próximas. Este é o principal factor que faz com que seja tão perigoso: transmitirmos o vírus sem saber que o temos.

Em pouco mais de duas semanas, uma grande parte dos países no mundo inteiro entrou em estado de emergência, quarentena ou "blackout", mesmo depois de a maior parte ter afirmado que se tratava de um "caso esporádico na China" ou "nada de especial, não nos vai afectar muito".

O Governo Angolano, comparando com os congéneres europeus e africanos, foi dos primeiros a tomar medidas restritivas e de prevenção, nomeadamente no que toca ao cancelamento de voos de certos países e ao controlo de temperatura nos aeroportos. A tentativa por parte do Governo de limitar a importação de casos revela uma estratégia clara de agir em vez de reagir. Saúda-se.

No entanto, a prevenção pode ter adiado a entrada do vírus em Angola, mas ele acabou por entrar. Algumas condições existentes no País farão com que o vírus possa ser potencialmente mortífero: condições insalubres de grande parte da população, falta de meios sociais e financeiros que permitam à população manter-se em casa, serviços de saúde com muitas carências, falta de meios de testagem. Vidas humanas já foram perdidas e, infelizmente, muitas mais serão.

Não tenhamos dúvidas, este é o maior desafio que a Angola pós-guerra enfrenta. A crise económica e social provocada pelo vírus será arrasadora. (...)

*Director-KBC


(Leia o artigo integral na edição 568 do Expansão, de sexta-feira, dia 3 de Abril de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)