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Opinião

Qual é a estratégia de saída do estado de emergência?

Milagre ou miragem?

O último relatório Perspectivas da Economia Mundial do FMI indica que a economia global vai estar em recessão em 2020, -3% depois de ter crescido 2.9% em 2019. Recessão global parece ser o único dado certo num mar de incertezas provocadas pela pandemia da Covid-19.

Em Angola, atendendo ao recente aumento de casos positivos, o Executivo teve de estender o estado de emergência. Esta decisão, como era de esperar, colocou muitas das famílias mais vulneráveis, e não só, numa situação desesperada, dada a ausência de uma fonte de renda estável.

Em alguns países ricos, como Estados Unidos e Reino Unido, a dificuldade está em manter operacional a cadeia de fornecimento alimentar devido à falta de trabalhadores (para o caso da campanha de colheita agrícola no Reino Unido) e baixa de consumo (para o caso da produção destinada aos restaurantes e cafeterias de estabelecimentos escolares nos EUA). Em Angola, devido à fraca produção interna existem relatos de escassez de alguns produtos essenciais e de aumento de preço considerável em outros. Se somarmos a isto a redução do preço do barril de petróleo, enquanto principal fonte da receita que sustenta as importações, não estaremos errados se dissermos que por cá essa crise vai exigir pragmatismo e perspicácia para ser debelada.

Apesar de haver um certo consenso quanto à necessidade de se preservar a segurança e saúde dos trabalhadores vis-à-vis os lucros dos donos/accionistas das empresas, o que os especialistas não sabem dizer hoje é como é que os governos africanos vão retirar os seus países da situação de excepção em que se encontram? Será que, para o caso de Angola, no dia 11 de Maio, todos vão poder retomar as suas vidas como se tudo o que se vive hoje tivesse sido um sonho ou melhor um pesadelo? Não é surpresa notar, em nosso entender, que os países ricos estão melhores preparados para gerir qualquer eventualidade, uma vez chegado o momento de retomar a actividade económica.

Em alguns países, na ausência de uma vacina para a Covid-19, a aposta vai passar por implementar um programa de testagem abrangente por forma a identificar-se todos os casos positivos, porém assintomáticos. No Reino Unido a meta passa por realizar cerca de 100.000 testes por dia. Todavia, para a grande parte dos países africanos, devido à debilidade dos seus sistemas de saúde e falta de recursos, essa não é uma opção para já viável. Pelo que os países africanos poderão ter sérias dificuldades de retomarem, na plenitude, as suas relações com o resto do mundo. (...)


(Leia o artigo integral na edição 573 do Expansão, de sexta-feira, dia 8 de Maio de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)