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Empresas & Mercados

Crédito malparado não pára de subir e atinge a taxa mais alta de sempre

CRISE ECONÓMICA E FINANCEIRA É APONTADA COMO PRINCIPAL FACTOR

A deterioração das condições das empresas e das famílias num cenário de quatro recessões económicas, com aumento do desemprego e queda do poder de compra, bem como a depreciação da moeda moeda, estão na base dos incumprimentos. Soluções passam pela renegociação das modalidades de reembolso do crédito.

A taxa do crédito malparado atingiu, em Fevereiro, o valor mais alto de sempre, ao fixar-se nos 35,7%, correspondentes a 1,8 biliões Kz do total da carteira de empréstimos concedidos pelos bancos comerciais, de acordo com as mais recentes estatísticas monetárias e financeiras do Banco Nacional de Angola (BNA).

O stock de crédito concedido pela banca até Fevereiro situou-se nos 4,9 biliões Kz. Contas feitas, 37,5% desse valor, 1,8 biliões Kz, correspondia a crédito de cobrança duvidosa.

Os dados do BNA não trazem explicações sobre as razões da subida da taxa do também designado crédito vencido, nem as origens por bancos, mas analistas do sector explicam ao Expansão que o "cenário não pode ser desassociado do actual contexto económico" de crise iniciado em 2014.

Aliás, foi também foi também na parte final de 2014, precisamente em Outubro, que o valor do malparado começou a sua trajectória ascendente. No período, o rácio do crédito malparado situou-se nos 17,3%; de lá para cá, foi sempre a subir, com oscilações a meio da caminhada (ver gráfico).

O risk manager Adolfo Dombo é dos que acredita que o atraso nas amortizações do crédito por parte das empresas e particulares e a subida na taxa do crédito malparado esteja associado à conjuntura actual. "O crédito malparado em Angola é resultante daquilo que é o actual cenário macroeconómico. Ou seja, Angola vive quatro anos de recessão económica e aumento da taxa de inflação, o que tem diminuído o poder aquisitivo ou financeiro das empresas e particulares, o que reduz, em consequência, a capacidade destes de honrar compromissos", explica. (...)

(Leia o artigo integral na edição 574 do Expansão, de sexta-feira, dia 15 de Maio de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)