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Recredit devolve capital destinado à entrada como accionista do BPC

OPERAÇÃO INVIABILIZADA POR PRESSÃO DO FMI

Executivo recuou e a Recredit já não vai entrar como accionista do BPC, devolvendo agora aos cofres públicos cerca de 90 mil milhões Kz. FMI mostrou-se contra a entrada do "banco mau" na estrutura do banco.

A Recredit vai devolver ao Estado cerca de 90 mil milhões Kz que tinham como destino a entrada do denominado "banco mau" no capital social do Banco de Poupança e Crédito (BPC), numa operação que o Executivo acabou por inviabilizar devido à pressão do FMI, apurou o Expansão.

Desde 2016, o Estado já injectou 461,1 mil milhões Kz na Recredit, em que 381,1 mil milhões foram para a sociedade de gestão de activos adquirir crédito malparado do BPC, e 80 mil milhões para capitalização da própria Recredit.

Para regeneração da banca (sobretudo do BPC) foram feitas duas emissões de obrigações de tesouro, uma de 231,1 mil milhões em 2016 e outra de 150 mil milhões Kz autorizada em 2017.

Na últma semana, o despacho n.º 10/20 de 21 de Maio, do Ministério das Finanças, publicado em Diário da República, refere-se à emissão 150 mil milhões Kz de 2017, autorizando agora a utilização "no montante que exceder a necessidade de títulos para a para a aquisição de crédito bancário de cobrança duvidosa do BPC" para aumento de capital do banco público, que vai ter um novo accionista, conforme avançou o Expansão há duas semanas.

Ou seja, o que não foi utilizado para adquirir malparado será agora transferido pela Recredit para aumento de capital. Só que como a Recredit não pode entrar na estrutura accionista do banco, decisão do Executivo inviabilizada pelo FMI, será o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) a entrar como accionista do BPC.

Entretanto, segundo já avançou o Expansão, a Recredit vai adquirir a segunda carteira de crédito malparado do BPC, no valor de 951 mil milhões Kz, num plano a quatro anos que visa limpar o crédito vencido das contas do maior banco estatal. Desses 951 mil milhões Kz, apenas 6% são considerados recuperáveis, cerca de 57 mil milhões Kz, e será esse o valor que a Recredit vai entregar ao BPC. Assim, dos 150 mil milhões que o Estado lhe entregou, tem que descontar os 57 mil milhões e entregar o remanescente ao Estado. (...)

(Leia o artigo integral na edição 576 do Expansão, de sexta-feira, dia 29 de Maio de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)