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Cortes da OPEP retiram 200 mil barris por dia à produção de Angola até Julho

OPEP vai retirar 9,6 milhões/dia até Junho

É a primeira vez em 14 anos, desde que o país integrou o cartel, que a obrigação de cortes está a afectar a produção real. O facto de ter intensificado os cortes de produção em Junho para cumprir a meta, permite a Angola aumentar 80 mil barris à sua produção diária no mês seguinte.

Angola só teve que cortar 200 mil barris diários à sua produção diária entre os meses de Maio e Junho e não os 348 mil barris que constam nos relatórios de cortes divulgado pela OPEP, de forma a poder cumprir o programa de cortes estabelecidos pelo cartel, de acordo com cálculos do Expansão.

A OPEP baseou o plano de cortes de produção angolana em 1,528 milhões barris/dia, dados referentes a 2016, numa altura em que ainda não se fazia sentir o declínio acentuado da produção nacional, que resultou da falta de investimento nos últimos anos.

Assim, como a base utilizada pela OPEP para definir os cortes de Angola está desactualizada, significa que o país tem que cortar menos do que o previsto no programa. Como está obrigada a cortar 23% dos 1,528 milhões barris/dia no âmbito do programa de cortes estabelecidos, para que os parceiros da OPEP cumpram a meta inicial de cortar 9,7 milhões de barris/dia, quer dizer que teria que cortar 348 mil barris diários.

Mas, de acordo com informações disponibilizadas por traders citados pela agência Reuters, Angola produziu nos primeiros quatro meses do ano uma média de 1,380 milhões de barris diários. Assim, para cumprir as metas acordadas com a OPEP, bastou-lhe cortar 200 mil barris/dia e não os 348 mil acordados.

Ainda segundo as informações disponibilizadas por trader, em Maio produziu uma média de 1,25 milhões de barris por dia, um excesso de 70 mil barris face ao combinado com o cartel. Para compensar o excesso de produção face ao acordado no mês seguinte, Angola intensificou os cortes e na previsão de produção de Junho, segundo mês após a entrada em vigor do acordo da OPEP, assumiu que apenas disponibilizaria ao mercado o equivalente a 1,1 milhão de barris por dia.

O aprofundamento aos cortes em Junho permitirá ao país acrescentar à sua produção em Junho mais 80 mil barris por dia no terceiro mês de prevalência dos cortes de 23%.

(Leia o artigo integral na edição 578 do Expansão, de sexta-feira, dia 12 de Junho de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)