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Angola prepara presidência da OPEP com vozes a pedirem saída

O país assume liderança a 1 de Janeiro de 2021

Quando faltam seis meses para que o titular da pasta dos Petróleos de Angola comece a liderar as reuniões da conferência do cartel, especialistas em economia, negócios e petróleo reflectem sobre como retirar proveito desta posição. Mas têm subido as opiniões para uma saída da organização.

Angola vai assumir em Janeiro a liderança da Conferência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP),tratando-se da segunda vez que o país preside a autoridade máxima do cartel de países produtores, apurou o Expansão. Pela primeira vez desde 2007, ano em que aderiu à organização, Angola está a fazer cortes à sua produção para cumprir as metas definidas pelo cartel, que pretende diminuir, juntamente com os seus aliados liderados pela Rússia, 9,7 milhões de barris dia, equivalentes a 10% da produção mundial, nos meses de Junho, Julho e Agosto. O compromisso passa por cortar de facto 200 mil barris por dia à sua produção.

Numa altura em que faltam seis meses para que o titular da pasta dos petróleos de Angola, Diamantino de Azevedo, comece a liderar as reuniões da conferência do cartel, o Expansão desafiou especialistas em economia, negócios e petróleo a reflectir sobre a melhor estratégia para o sector. Enquanto uns defendem a saída ou suspensão imediata do estatuto de membro da OPEP, outros são a favor da permanência. Há ainda quem privilegie o não acompanhamento dos cortes desde que se façam atempadamente os lobby necessários para defender os cofres do Estado.

Lobby e saída da OPEP salvaguardariam receitas

O economista Alves da Rocha defende a saída de Angola da OPEP - ou pelo menos uma suspensão da condição de membro se os respectivos estatutos preverem este tipo de solução transitória.

O coordenador do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola justifica-se dizendo que "Angola perde uma variável importante de gestão das receitas petrolíferas, tão fundamentais em épocas de escassez de dinheiro". Alerta ainda para questões de soberania do País, já que defende que "a gestão dos recursos naturais, renováveis e não renováveis, tem de ser de responsabilidade nacional".

O economista defende a saída do cartel por considerar que a influência da OPEP tem vindo a enfraquecer, não sendo hoje o lobby que foi no passado. Outro argumento é que a diminuição da produção por decisões administrativas - ajustamento da oferta à procura por redução obrigatória das quantidades - aparentemente não tem produzido resultados significativos sobre o aumento dos preços.

(Leia o artigo integral na edição 580 do Expansão, de sexta-feira, dia 26 de Junho de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)