Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Grande Entrevista

Investimentos em Angola dos Emirados passam pela agricultura, energia, aviação, portos e logística

Entrevista com o Sheik Ahmed Al Maktoum

Com uma fábrica de tractores já pronta e uma de tecnologia móvel em fase de conclusão, o Sheik Al Maktoum começa a desenhar o portfólio de investimentos em Angola, país onde encontrou semelhanças com os Emirados. Ambos tiveram de romper a dependência do petróleo e alargar as fontes de receita.

Em Maio, iniciou um a série de investimentos em Angola, com uma fábrica de tractores agrícolas na Zona Económica Especial, em Viana. Porque decidiu investir em Angola?

Ir para Angola é um passo natural para nós, desde que estivemos em África há seis anos e desde que estamos a fazer vários investimentos no Médio Oriente e em África. Nós estivemos em diferentes países e fomos convidados pelo governo de Angola para visitar o País. Depois de termos estado aí, de vermos a visão que a liderança tem para o País, ficámos muito entusiasmados e com vontade de olhar para possíveis projectos de investimento. Como sabe, sendo dos Emirados Árabes Unidos (EUA), especialmente do Dubai, as lideranças nos negócios são muito importante para nós.

Esteve em Angola, pela primeira vez, em 2019?

Visitámos Angola, pela primeira vez, no final de 2018.

Porque é que começou o investimento em Angola com uma fábrica de tractores agrícolas, em colaboração com a multinacional italiana Massey Ferguson, com capacidade para produzir 3.000 tractores por ano?

A fábrica de tractores não é o primeiro investimento. Nós temos mais do que um projecto em andamento, mas a fábrica dos tractores foi a primeira a ficar pronta. Nós estamos a olhar para diferentes sectores, vemos que Angola é muito promissora, tem uma população jovem e isso é o que qualquer investidor procura num País. O governo tem sido muito prestável a acolher o investimento directo estrangeiro, especialmente da nossa região.

Antes de investir, assinou memorandos de entendimento com o governo. Que áreas abarcam?

Assinámos memorandos de entendimento em vários sectores, que vão da agricultura à aviação, infraestruturas, energia, etc. Há várias áreas onde pretendemos investir. O governo quer inclusive que nós olhemos para mais projectos, mas queremos apresentar trabalho e mostrar a nossa seriedade. Nós estamos a caminhar passo a passo, cada projecto tem diferentes prazos e diferente legislação.

A fábrica de tractores foi a primeira a ter condições para arrancar?

Será a primeira a estar no terreno para mostrar a nossa seriedade e a nossa ambição para o desenvolvimento em Angola.

Quanto investiu nesta unidade de produção?

O investimento será superior a 100 milhões USD. Como sabe, a agricultura é a principal componente do programa em que o governo está focado. Angola é abençoada por solos férteis e chuva. Historicamente, é um País conhecido pela produção agrícola e isto é algo para o qual o governo está a olhar. Por isso, a agricultura é um investimento estratégico e os tractores, assim como a fábrica de fertilizantes é um dos pilares do sector. Mas nós estamos a olhar além da fábrica de tractores, para ajudar a desenvolver o sector da agricultura.

Que outros projectos estão a desenvolver neste sector?

Outro projecto em que o Governo mostrou interesse é na produção de pesticidas e de fertilizantes, são investimentos que também estamos a realizar. Os fertilizantes são muito importantes para o País, uma vez que o Governo importa enormes quantidades, com grandes custos, e nós queremos produzi-los em Angola. Não estou a falar de ureia, que precisa de muito gás, mas de fertilizantes que não precisem dos suprimentos de gás do País ou de trazê-lo de fora, e que não precisa de muito para ser instalado.

(Leia o artigo integral na edição 581 do Expansão, de sexta-feira, dia 3 de Julho de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)