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Bancos "culpam" má preparação de projectos para recusa de crédito

Em resposta às multas pecuniárias aplicadas pelo banco central

Depois de castigados pelo BNA por incumprimento na cedência de crédito, nove dos 12 bancos penalizados questionam critérios usados pelo regulador na aplicação das multas. CEO, analistas e um banqueiro justificam "travão" nos empréstimos com a inexperiência dos empresário, ou a falta de estudos de viabilidade e de garantias.

A maioria das instituições bancárias castigadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA) por incumprimento dos avisos n.º 4 e 10, que obrigava os bancos a libertarem até 2% do seu activo para crédito à economia, justifica a rejeição nos pedidos de empréstimos com a falta de viabilidade dos projectos e a falta de experiência dos promotores. Ao que o Expansão apurou junto da administração de nove das 12 entidades, vários gestores que pediram crédito não demonstraram experiência nas áreas em que pretendiam investir, nem tinham garantias para cobrirem o risco associado à operação.

As direcções dos bancos garantiram ainda que enviaram respostas ao banco central com a justificação da recusa dos créditos para projectos que se revelaram inviáveis, pelo que questionam os critérios que o supervisor usou para determinar as multas.

Aliás, vários bancos defendem que o "bloqueio" no crédito para projectos com reduzidas garantias e sem estudos de viabilidades "é mais uma forma de fugir ao malparado" que tem estado a disparar nos últimos meses.

Só em Abril, o malparado fixou-se nos 34,9%, o valor mais alto dos últimos oitos meses, correspondente a 1,8 biliões Kz do total dos empréstimos da banca.

No total, foram 12 instituições das 26 que compõem o sistema bancário castigadas com um acumulado de 364 milhões Kz , incluindo gigantes do "top cinco" como o Banco de Fomento Angola (BFA) e o Banco BIC.

A iniciativa de fomento à produção nacional promovida pelo BNA definiu 13 áreas prioritárias onde os bancos devem canalizar os recursos, que vão desde a produção animal à transformação alimentar.

Questionado pelo Expansão, o BNA não avança qual é o volume total de crédito já desembolsados pelos bancos para o programa, nem os nomes das entidades bancárias que mais activamente intervêm na iniciativa, à semelhança do que fez com as 12 entidades penalizadas.

Analistas e responsáveis de crédito de vários bancos entendem que os projectos elegidos como prioritários pelo banco central têm elevados riscos associados, e apontam, por exemplo, os sectores da agricultura, a agro-indústria e a agro-pecuária como exemplo.

(Leia o artigo integral na edição 583 do Expansão, de sexta-feira, dia 17 de Julho de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)