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Angola

Queda na exportação de petróleo e no consumo "afunda" PIB no I trimestre de 2020

INE aponta a recessão mais "suave" em 2019

Questões conjunturais têm vindo a afectar os sectores do petróleos e do comércio, os que mais contribuem para o Produto Interno Bruto. A queda nestes dois sectores contribuirão para as quatro recessões económicas que o País atravessa. Crescimento noutros sectores é insuficiente para compensar quedas no crude e no comércio.

A economia angolana caiu 1,8% nos primeiros três meses de 2020 face ao mesmo período de 2019, revelam as Contas Nacionais do Instituto Nacional de Estatística (INE), indiciando que este será o quinto ano de recessão económica, aliás, como já confirmado pelo Governo e por instituições internacionais. O INE reviu ainda o crescimento de 2019 para uma recessão mais suave que a projectada, passando de -0,9% para -0,6%.

Com os -1,8% registados entre Janeiro e Março de 2020, é o terceiro trimestre consecutivo que o Produto Interno Bruto (PIB) recua para valores negativos.

Neste sentido, o desempenho negativo das actividades económicas no I trimestre, deste ano, em relação ao I trimestre de 2019, é atribuído fundamentalmente às actividades do comércio (-11,6%), a maior quebra, seguindo-se as pescas (-7,9%), produção de diamantes (-5,2%), sector financeiro (-5,1%) e o petróleo (-1,7%), indicam os dados do relatório sobre as Contas Nacionais do I trimestre de 2020 do Instituto Nacional de Estatística (INE).

A economia angolana continua refém da petrodependência, já que, segundo cálculos do Expansão, este sector representa actualmente 33% do PIB, e cerca de 96% das exportações. Em termos práticos, um terço da riqueza gerada no País resulta do sector dos petróleos.

A quebra registada neste sector nos primeiros três meses é atribuída, não só à baixa dos preços, mas também devido ao declínio da produção no País, que resulta da falta de investimento verificado nos últimos anos.

Entende-se, no entanto, que o PIB trimestral corresponde aos bens e serviços finais produzidos no curto prazo e avaliado a preços constantes deste período. No caso das Contas Nacionais trimestrais, o INE ainda utiliza os preços de 2002.

A seguir ao sector da extracção e refinação de petróleo, o comércio é o que mais contraiu, -11%. Significa que o consumo tem sido fortemente afectado pelas quatro recessões consecutivas que o País atravessa, com aumento do desemprego. Também as pescas, que valem 2% do PIB, registaram uma queda de 7% face ao I trimestre de 2019. Em termos anuais, este sector tem vindo a cair desde 2014.

(Leia o artigo integral na edição 584 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Julho de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)