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Até sempre Waldemar Bastos e Carlos Burity!

Homenagem

Calaram-se as vozes de "Velha Chica" e "Canção Nostalgia". Dois dos maiores e melhores músicos angolanos partiram com dois dias de intervalo. A música, a cultura e identidade angolanas ficaram mais pobres.

Os cantores e compositor Waldemar Bastos, 66 anos, e Carlos Burity, 67 anos, faleceram nesta semana.

Waldemar Bastos, natural de Mbanza-Kongo, depois de um período em que esteve fora de Angola, voltou a nosso país, foi condecorado pelo presidente da república e ganhou o Prémio Nacional de Cultura e Artes em 2017. A doença levou-o de volta ao estrangeiro e acabou por falecer em Lisboa.

Numa das suas últimas entrevistas ao Expansão, Waldemar Bastos contou o seu percurso de vida. Frequentou o 3.º ano do curso de Engenharia Electrotécnica e o Curso de Engenheiros Técnicos Controladores de Antena de Satélites (estação terrena de satélites) da Funda. No seu percurso artístico lançou sete álbuns de originais, pisou vários palcos internacionais e desenvolveu projectos com grandes artistas, de que são exemplo David Byrne e Chico Buarque.

Carlos Burity, um dos maiores impulsionadores do semba, nasceu em Luanda, viveu parte da adolescência no Moxico onde integrou, em 1968, a formação pop-rock "Cinco mais um", com Catarino Bárber e José Agostinho, e mais tarde o Duo "Missosso, com Filipe Mukenga.

Carlos Fernandes Burity Gaspar ingressou na música em 1968 e gravou, em 1974, sucessos como "Ixi Iami" e "Recado" e em 75 os singles "Inveja", "Memória de Nelito" e "Especulador", em 1976.

O álbum "Carolina" surge em 1991 e três anos depois edita "Ilha de Luanda", com a chancela da Vidisco. Outro tema marcante é "Malalanza", entre muitos outros, como "Wanga", "Ginginda", "Massemba", "Zuela o Kidi" e "Paxi Iami".