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"Pandemia? Ou os actores se reinventam ou não vão sobreviver"

Paulo Bolota - Grupo Experimental de Teatro

O director e encenador do Grupo Experimental Teatro admite, em entrevista ao Expansão, que, dada a situação pandémica, todos os projectos do grupo tiveram de ser reescritos, suspensos ou abandonados em detrimento de novas abordagens adaptadas ao novo normal. O presente e o futuro passam pelo digital.

Como e quando surgiu o Grupo Experimental Teatro?

Existe há quatro anos. Surgiu da ausência quase total de actividades artísticas dirigidas à infância e pré-adolescência. O grupo é constituído por seis actores e um director e encenador e conta com participações periódicas de músicos e outros actores convidados.

E qual é o vosso principal objectivo?

Permitir de forma lúdica o contacto entre as camadas mais jovens e a arte, com o teatro em particular e criar emprego de forma sustentável nas áreas da animação e do teatro infantil.

As escolas têm sido os principais palcos para as vossas apresentações. Como tem sido nesta fase de pandemia?

Infelizmente a paragem das escolas e das creches, bem como de outros aglomerados, impossibilitam a realização de espectáculos nos moldes a que estávamos habituados. Mas, por outro lado, tem-nos permitido pesquisar e procurar por novas formas, novas lingua
gens e novos conceitos de fazer teatro. O digital parece ser para já, no imediato, a forma mais viável de chegarmos ao nosso público.

Que opinião tem sobre as casas culturais em Angola, particularmente em Luanda?

Poucas com condições para o teatro e a dança. Numa altura em que se aposta na diversificação da economia e em que o turismo surge como uma das grandes apostas do Executivo, então, maior será a necessidade de espaços culturais e maior atenção deverá ser dada às várias manifestações sejam elas culturais e/ou artísticas.

Portanto, o teatro nacional passa por momentos difíceis Há mercado para os actores?

A passar por sérias dificuldades, agravadas pela situação de pandemia. Temos mercado sim, embora seja um mercado que precisa de ser "atiçado" e conquistado, apoiado neste quesito pelas correctas políticas de incentivo à arte e cultura, que passa sempre por facilitar o acesso aos meios.

Com que meios se financia o GET?

O nosso propósito sempre foi o de experimentar novas abordagens, novas linguagens de fazer Teatro, procurando as eruditas, mas também as mais comerciais a fim de tornarmos o Grupo auto-sustentável. Foi assim que ao longo deste processo criámos produtos como Sasha e amigos, personagem criado para crianças dos 0 aos nove anos de idade e que de forma lúdica aborda as questões próprias dessa faixa etária. As acções para shoppings e empresas, particularmente nos meses de Junho (mês das crianças), Novembro e Dezembro para os festejos de Natal, que são igualmente uma forma de obtenção de receitas onde os jogos didácticos, leitura de contos e as interacções jogam um papel importante.

(Leia a entrevista integral na edição 587 do Expansão, de sexta-feira, dia 14 de Agosto de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)