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Empresas & Mercados

Casas de câmbio em "morte lenta" com falta de divisas

Muitas despediram funcionários e preparam-se para o pior

Mais de metade das casas de câmbio que operam no país e que estão licenciadas para exercer actividade de câmbio, transferências e de envio de remessas para o exterior paralisaram o negócio devido à falta de divisas. As que mantêm actividade estão a "meio gás" e actuam exclusivamente em transferências para o estrangeiro, apurou o Expansão junto de 10 sócios-gerentes de empresas do sector. De acordo com as fontes, os operadores que mantêm as portas abertas servem-se de "contactos" ao nível do mercado para aquisição de moeda estrangeira para a realização das escassas operações de câmbio, tendo também funcional a actividade de envio de dinheiro para o estrangeiro. "Quem está a fazer serviço de câmbio, tem os seus contactos nos bancos, no BNA, ou na rua", avançou um dos patrões de casas de câmbio que pediu para não ser identificado.

Ao Expansão, o presidente da Associação das Casas de Câmbio (ACCA), Hamilton Macedo, confirma a realidade dos operadores e diz mesmo que a actividade do sector abrandou com a crise iniciada em 2014 e agravou-se agora com a pandemia da Covid-19.

Hamilton Macedo juntou a ausência dos leilões que anteriormente eram direccionados às casas de câmbio como outro factor que está a asfixiar os operadores. "A situação agravou-se por falta dos leilões de divisas direccionados aos operadores do nossos sector. As medidas de alívio não chegaram ao sector, as prioridades são outras", disse o líder associativo.

Actualmente, o país conta com um total de 71 casas de câmbio, sendo que 45 estão autorizadas a exercer actividades de remessas de valores, segundo a lista de instituições financeiras autorizadas a operar no país disponível no site do BNA.

Desse grupo, a larga maioria já descontinuou o negócio do câmbio, estando a operar apenas no processo de recepção de ordens para envio de remessas no estrangeiro ou transferências de dinheiro para fins diversos. É o caso, por exemplo, das agências da Eurodóllar e Rucâmbios, em Luanda, segundo fonte próximas da gestão.

Apesar disso, e de acordo com o aviso n.º 08/2019, de 6 de Novembro, as casas de câmbio têm como actividade principal a realização de operações manuais e presenciais de compra e venda de notas e cheques de viagem em moeda estrangeira, para efeitos de viagem.

(Leia o artigo integral na edição 589 do Expansão, de sexta-feira, dia 28 de Agosto de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)