Angolanos investiram menos 60% no estrangeiro no primeiro trimestre de 2020
De acordo com um relatório do BNA, o investimento directo de Angola no estrangeiro registou uma contracção de 60,5%, no primeiro trimestre deste ano quando comparado com o quarto trimestre de 2019. Em termos de valores líquidos investidos no estrangeiro, o País passou de 674,2 milhões USD, no quarto trimestre de 2019, para 266 milhões USD, no primeiro trimestre deste ano. O banco central justifica esta diminuição com a redução de novos investimentos no sector petrolífero e com a redução da recuperação dos investimentos do sector petrolífero, representando cerca de 98% do valor do investimento bruto.
No que toca a saídas de investimentos, o BNA realça a redução da recuperação das despesas de investimento do sector petrolífero, avaliadas em 1,8 mil milhões de dólares, contra os 2,8 mil milhões do período anterior, justificada, essencialmente, pela queda do preço do petróleo bruto no mercado internacional.
O investimento em carteira registou um desagravamento do seu défice, ao situar-se apenas em 5,8 milhões USD no período em análise, contra um défice de 2,9 mil milhões USD do quarto trimestre de 2019, como resultado da não emissão de títulos de "Eurobonds" nos mercados internacionais, ao contrário do que ocorreu no trimestre anterior.
Apesar de ter apresentado uma redução, a rubrica "outro investimento" manteve-se superavitária em cerca de 1,1 mil milhões USD, contra os 1,6 mil milhões USD do trimestre anterior. Este comportamento, segundo o relatório, por um lado foi influenciado pelo aumento dos depósitos nos bancos não residentes e dos créditos comerciais concedidos e, por outro, pela redução significativa de empréstimos obtidos (serviço da dívida).
Ainda de acordo com o BNA, a dinâmica da economia nacional, no primeiro trimestre, foi igualmente afectada pela pandemia, reflectindo-se sobre as contas externas do país, nomeadamente a balança de pagamentos e a posição do investimento internacional em 2020. Assim, no primeiro trimestre a balança de pagamentos registou um saldo global deficitário de 1,1 mil milhões de dólares, contra um superavite de 1,7 milhões do quarto trimestre de 2019.