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Angola

Isabel dos Santos e marido "detectados" em investigação internacional e reportados às autoridades americanas

Consórcio Internacional de Jornalistas

Uma nova investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas revela que alguns dos maiores bancos do mundo, como o JP Morgan, o HSBC e o Deutsche Bank, foram usados por organizações criminosas e permitiram transferências fraudulentas de muitos milhões de dólares. Nesta teia Isabel dos Santos e o marido Sindika Dokolo constam de dois relatórios relacionados com actividades suspeitas, datados de 2013. O semanário português, Expresso, que integra o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), refere que "Isabel dos Santos e Sindika Dokolo estão entre os clientes confidenciais de bancos que foram reportados às autoridades norte-americanas".

Esta investigação, denominada "FinCEN Files", envolve mais de 2.000 relatórios bancários, que resultam de uma fuga de informação, à qual teve acesso o BuzzFeed News.

Isabel dos Santos consta de dois relatórios sobre "atividades suspeitas", em 2013. Um deles foi enviado à FinCEN Files por uma funcionária do departamento de compliance do JP Morgan Chase Bank, nos EUA, que mostra como esta entidade atuou enquanto banco correspondente em transferências associadas à família de Isabel dos Santos e ao Estado angolano, apesar de esta não ser sua cliente.

O semanário Expresso dá ênfase a uma transferência de "4 milhões de dólares feita pelo marido Sindika Dokolo", que posteriormente o Luanda Leaks apurou tratar-se de "dinheiros públicos da empresa pública de diamantes, Sodiam, para a compra da joalharia De Grisogono, que abriu falência no início deste ano".

Já o segundo relatório - enviado pelo Standard Chartered em Nova Iorque a esta investigação -, não menciona Isabel dos Santos, mas sim uma "transferência de 18,7 milhões de dólares, datada de outubro de 2006, entre a Unitel e uma conta do BPI em Lisboa, em nome de uma empresa chamada Vidatel Limited.

É gigantesco o "polvo" que esta nova investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas veio desvendar, e que envolve alguns dos maiores bancos do mundo. Os relatórios sobre atividades suspeitas foram enviados entre 1999 e 2017 por vários bancos à FinCEN (Financial Crimes Enforcement Network), agência federal que faz parte do Departamento do Tesouro norte-americano, com detalhes que dizem respeito a transferências bancárias no valor de mais de 2 mil milhões de dólares, sendo 1,3 mil milhões dizem respeito a movimentos associados ao braço americano do Deutsche Bank e cerca de 514 mil milhões ao JP Morgan.