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Empresas & Mercados

IFC prepara criação de um fundo para financiar dívida pública

Braço financeiro do Banco Mundial

A International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial, está a preparar um fundo que terá como alvo preferencial o investimento em títulos de dívida pública emitidos pelo Estado e que são transaccionados na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA).

O mecanismo de investimento poderá conferir liquidez às empresas que têm recebido os pagamentos das dívidas do Estado em títulos de dívida pública admite o IFC. O Expansão sabe que uma parte substancial destas empresas enfrentam dificuldades de liquidez e procuram a todo o custo trocar esses títulos por dinheiro, sofrendo penalizações, ou descontos, quando efectuam essas trocas.

Indira Campos,Country Officer do IFC em Angola, revelou ao Expansão que o mecanismo de funcionamento do fundo está ainda a ser desenhado para garantir a rentabilidade aos investidores que aplicarem nele o seu dinheiro. Depois desta fase, a constituição do fundo seguirá para a aprovação do Conselho de Administração do IFC em Washington, entidade que aguarda pela proposta do seu escritório em Angola para decidir se deve ou não avançar com esta iniciativa. "Neste momento estamos a falar com os vários intervenientes do mercado e investidores nacionais e estrangeiros para convidá-los a juntarem-se a nós nesta iniciativa" disse.

De acordo com a fonte, o desafio é criar um mecanismo de investimento que crie condições para que as pessoas ou empresas que tenham capacidade para investir o possam fazer por via da compra de instrumentos de dívida pública. Desta forma, garante-se liquidez às pessoas ou empresas que precisem de capital para despesas correntes (imediatas), seja para pagar salários ou comprar bens e serviços para manter a empresa viva. Um empresário que pediu para não ser identificado explicou que neste momento há muitos empresários bastante desanimados tudo porque prestaram serviços ao Estado, entre 2013 e 2017, e estão a receber o pagamento da dívida com muito atraso. Além de sofrerem com a desvalorização do Kz que na altura estava ao câmbio de 100 Kz hoje vão receber ao câmbio de 665 Kz.

Não bastasse a perda com a desvalorização da moeda voltam a perder dinheiro quando vendem os títulos antes da maturidade com grandes descontos. "É uma perda enorme, mas se o IFC vier e comprar via BODIVA então os empresários passam a perder menos dinheiro com esta operação especialmente por via dos descontos inferiores" asseverou.

(Leia o artigo integral na edição 595 do Expansão, de sexta-feira, dia 9 de Outubro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)