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Corte no sistema informático do ex-BANC "esconde" 77% do crédito da base de dados

Por dívidas ao fornecedor do software de gestão de crédito

A administração da massa falida do BANC só conseguiu identificar até agora 10 mil milhões Kz de um total de 44 mil milhões da carteira de crédito da antiga instituição, devido à desactivação pelo fornecedor da plataforma informática do banco, o que "escondeu" o rasto de 77% do valor total dos empréstimos concedidos, de acordo com cálculos do Expansão com base nos dados revelados pela administração da massa falida da antiga instituição.

Estes 10 mil milhões estão em incumprimento.

De acordo com a gestão da massa falida, a falta de pagamentos à empresa fornecedora do sistema informático está na base do corte da licença do software onde estavam registados os créditos concedidos pelo banco, deixando, assim, as autoridades impossibilitadas de aceder a essa base de dados e sem saber o "rasto" a 77% do total da carteira de crédito.

"Automaticamente em que há retirada desta licença [do software] e há ausência de pagamento à empresa que prestava serviços, o sistema do banco fica incapacitado de conseguir correr à conta dos clientes e verificar quem são as pessoas com saldos disponíveis para amortização das suas rendas", explicou Agnelo dos Santos, o responsável pela recuperação do crédito do banco. Os números foram apresentados no início desta semana pelo responsável pela recuperação do crédito da massa falida, Agnelo dos Santos, no fim de uma reunião de balanço da actividade desenvolvida por este grupo desde que foi indicado pelo Tribunal.

Segundo Agnelo dos Santos, os 10 mil milhões Kz já identificados são referentes a créditos vencidos identificados tão logo a administração da massa falida chegou ao banco. O responsável reforça que, dos 10 mil milhões já identificados, 3 mil milhões Kz já estão a ser tratados, ou seja, são valores de clientes que já foram notificados e os que já estão a liquidar. "Dos 3 mil milhões, 343 milhões Kz é o valor que entrou para a conta da comissão da massa falida. Ou seja, é de pessoas que já pagaram aquilo que devem ou estão a pagar", disse.

(Leia o artigo integral na edição 596 do Expansão, de sexta-feira, dia 16 de Outubro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)