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Consultora diz que IVA de 14% e aumentos nas propinas vão pressionar inflação em 2021

NKC African Economics

Os analistas da NKC African Economics (filial africana da britânica Oxford Economics) são de opinião que "a implementação gradual de um IVA de 14%, bem como os antecipados aumentos nas propinas para a educação superior, vão continuar a pressionar a inflação em 2021".

Esta chamada de atenção acontece no mesmo momento em que a consultora revela que Angola deve esperar uma subida dos preços de 22,4% este ano, agravada portanto, se tivermos em conta os 17,1% registados no ano passado, prevendo que o crescimento no próximo ano abrande para 20%.

Os analistas apontam ainda para uma depreciação do Kwanza na ordem dos 60%, relativamente a 2019, o que vai continuar a colocar pressão sob os preços do consumidor, "devido à forte dependência de Angola dos bens importados", justificam.

À Lusa, os analistas referem que a inflação continuou a subir este ano, apesar das más condições económicas, "principalmente devido à queda no preço do petróleo este ano e à liberalização cambial do ano passado, que fez o kwanza perder 25% do seu valor desde o início do ano", referem os analistas, que recorrem ao que consideram "o pior registo cambial de sempre" para ilustrar a situação, lembrando que em média, em Outubro, foram precisos 645 kwanzas para comprar um dólar.

Refira-se que, na proposta do OGE para 2021, Angola estima uma taxa de inflação acumulada anual de 18,27% para o próximo ano.

Em Setembro, a agência de "rating" Fitch previu uma recessão de 4% em Angola e uma subida da inflação para 24% durante este ano.

A NKC African Economics argumenta que Angola vai entrar no quinto ano consecutivo de recessão devido à junção de factores prejudiciais como "a contração no setor petrolífero e a falta de liquidez em dólares". A consultora aponta ainda "o alto nível de dependência de matérias-primas" por parte da economia angolana, que regista uma contração de 4% e uma aceleração da inflação para 24% ainda este ano, "bem acima da média dos países com nota B, de 4,8%", afirmou a agência.