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Empresas & Mercados

Empresários querem criação de fundo para financiar empresas nacionais

Depois da aprovação da lei do conteúdo local

Empresários e especialistas do sector petrolífero defendem medidas complementares à Lei do conteúdo local, como a criação de um fundo para financiar a actividade das empresas petrolíferas nacionais e de uma incubadora de negócios, para apoiar as prestadoras de serviços que ainda não estejam capacitadas para prestar serviços á indústria petrolífera.

O CEO da PetroAngola, Patrício Quingongo, defende que a lei do conteúdo local é um "passo gigantesco" para capacitar e empoderar as empresas angolanas, uma vez que a lei prevê que a prestação de determinados serviços será de direito exclusivo de angolanos e outros em que será dada preferência a empresas nacionais sendo que as estrangeiras apenas terão acesso a estes serviços caso seja comprovado que na base de dados da ANPG não exista nenhuma empresa nacional certificada capaz de prestar tal serviço.

Quingongo defende que o principal problema das empresas nacionais é o acesso a financiamento pela banca, com taxas de juro elevadas e face aos procedimentos tradicionais dos bancos dificilmente se vai conseguir potenciar as empresas nacionais. O especialista sugere que, tal como se fez em países como Brasil e Nigéria, em que o conteúdo local é forte, deveria ser criado no país um fundo petrolífero para financiar as empresas nacionais do sector que tenham dificuldade de conseguir capital quer para a actividade de prestação de serviços, quer para entrar na exploração e produção de petróleo.

De acordo com Berta Issa, vice-presidente da Associação das Empresas Autóctones para a Indústria Petrolífera de Angola (ASSEA), já existem empresas de capital 100% angolano, sem recurso a parcerias estrangeiras, capazes de prestar serviços à industria petrolífera. "Tanto é assim que, nos últimos anos, muitas empresas internacionais prestadoras de serviços à indústria petrolífera assinam o contrato com as operadoras, mas subcontratam empresas 100% angolanas para prestar estes serviços", adiantou.

Relativamente às empresas nacionais que estejam a actuar na prestação de serviços ao sector e não estejam ainda capacitadas, Quingongo sugere a criação de uma incubadora de negócios para prepará-las ou, acrescenta, de outro modo o país vai sempre ter um numero reduzido de empresas capazes. É necessário que as empresas tenham acesso até a formações, sublinha.

"Não entendo como é que o país tem um INAPEM para outros sectores, mas até hoje nunca criou algo semelhante para o sector petrolífero", admite o CEO da PetroAngola.

(Leia o artigo integral na edição 602 do Expansão, de sexta-feira, dia 27 de Novembro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)