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Opinião

Integração africana: como Angola pode atrair novos investimentos

Convidado

A criação e implementação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) permitirá a liberalização do comércio de bens e serviços em 55 países africanos, com uma estimativa combinada de Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5 biliões USD e uma população de mais de 1,2 mil milhão (escala longa).

Os esforços de integração regional resultarão no aumento do fluxo do investimento directo estrangeiro (IDE) para a África, motivado pelos efeitos da liberalização do comércio e da integração do mercado africano.

Um dos canais através do qual a ZCLCA impulsionará os investimentos estrangeiros para África, está relacionado com o aumento da dimensão do mercado. O crescimento do mercado permite explorar as economias de escala e definir objectivos conexos nos processos de produção e distribuição. As empresas podem, igualmente, tirar proveito de outros mercados exteriores, no caso em que alguns países africanos beneficiam de preferências comerciais com regras de origem flexíveis num terceiro país ou região.

Ademais, a liberalização do comércio entre os países africanos contribui para um quadro conducente ao IDE, pois cria condições favoráveis para que filiais estrangeiras estabeleçam redes de produção integradas regionalmente, com vista ao aumento da eficiência. As empresas multinacionais considerarão localizar na região as suas actividades no contexto de racionalização das operações de produção, aproveitando as diferenças de custo, ajustados à produtividade da mão-de-obra, tecnologia e outros recursos.

Por fim, a liberalização do comércio de mercadorias e de serviços resultará no crescimento económico do continente, através da geração de comércio e melhoria do ambiente geral da política comercial. O crescimento provirá também dos ganhos de eficiência e da produtividade, decorrentes de um maior grau de integração económica e do aumento da concorrência, bem como de melhoria de eficiência na alocação de recursos. Uma maior taxa de crescimento económico leva a um nível mais elevado da demanda agregada, resultando em maiores oportunidades de obtenção de lucros, estimulando por consequência a entrada de novos investidores.

Investimentos estimulados pela ZCLCA

Em relação ao IDE proveniente do exterior de África, as empresas multinacionais que procuram mercados têm a possibilidade de explorar economias de escala significativas. Ao reduzir as tarifas entre os países africanos, pode ser rentável para um investidor não-africano usufruir de um mercado efectivamente maior. Assim, um investidor externo pode localizar as suas instalações de produção num país africano e atender outros mercados a partir desse país. Os fluxos IDE proveniente de países exteriores também podem aumentar devido ao estabelecimento das chamadas plataformas de exportação.

*Economista

(Leia o artigo integral na edição 605 do Expansão, de sexta-feira, dia 18 de Dezembro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)