Analista que acompanha Angola para a IHS Markit diz que Kwanza vai continuar a depreciar
A analista que segue a economia de Angola na IHS Markit alerta que o Kwanza vai continuar a depreciar-se, depois de uma contracção de 6,5% do PIB em 2020.
A economista Alisa Strobel disse à Lusa que a queda de 40% da actividade do sector da construção, no segundo trimestre do ano passado contribuiu para a queda do PIB e para a descida da previsão sobre a evolução da economia angolana, por parte da agência britânica de informações e serviços financeiros, IHS Market.
O que quer dizer que Angola poderá ter entrado no quinto ano consecutivo de crescimento económico negativo. O próprio Executivo, prevendo um crescimento económico nulo ou perto de zero para 2021, procurou atenuar esta situação com a revisão do OGE em Dezembro de 2020.
A analista da IHS Markit considera que para 2021 "a moeda nacional deverá continuar a depreciar-se no primeiro semestre deste ano, a inflação deverá ficar mais alta e as taxas de juros mais elevadas, o que vai continuar a limitar o crescimento do rendimento disponível dos consumidores", situação que deverá "levar a uma retoma do consumo privado mais fraca, o que vai abrandar a retoma económica em 2021".
A economista defende que "uma recuperação modesta nos preços do petróleo será fundamental para estimular o crescimento, principalmente durante a segunda metade de 2021, com uma recuperação a produção e a exportação de crude, mas o desemprego continua notavelmente elevado, e a pobreza será prevalente na economia angolana a médio prazo".
Alisa Strobel vê um escape no processo de privatizações das empresas públicas e de vários activos não essenciais, em curso, que considera "positivo para a recuperação dos sectores dos serviços e da produção artesanal em 2022", bem como nas reformas que estão a ser implementadas na Sonangol.