Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Empresas & Mercados

FMI reconhece trabalho das autoridades angolanas e desbloqueia mais de 487 milhões USD

Instituição reconhece impacto negativo da pandemia e da baixa do petróleo

O Fundo Monetário Internacional (FMI) desbloqueou esta segunda-feira uma tranche de 487,5 milhões USD, para Angola, no mesmo dia em que concluiu a quarta revisão do programa económico, apoiado por um acordo ao abrigo do Mecanismo de Financiamento Alargado.

Num contexto difícil de pandemia e de fracas receitas do petróleo, o FMI sublinhou que as autoridades angolanas "conseguiram um ajustamento fiscal prudente em 2020 que incluiu ganhos de receitas não petrolíferas e contenção nas despesas não essenciais" e que o País "tem demonstrado um forte empenho em políticas sólidas no âmbito do acordo apoiado pelo FMI", de acordo com notícia da Lusa.

O acordo alargado para o País, datado de 7 de Dezembro de 2018, contempla um montante global de cerca de 3,7 mil milhões de dólares e com a fatia agora desbloqueada, Angola já soma um total de desembolsos de cerca de três mil milhões de dólares, segundo o comunicado do fundo.

O FMI tem mantido um acompanhamento apertado, de forma a garantir o objectivo inicial das autoridades angolanas de restaurar a sustentabilidade externa e fiscal, melhorar a governação, e diversificar a economia para promover um crescimento económico sustentável, liderado pelo sector privado.

Recorde-se que aquando da última revisão, o FMI também acedeu ao pedido de Angola de um aumento de 765 milhões USD, para mitigar o impacto da Covid-19.

Apesar do aumento do valor do empréstimo, o FMI refere que "a natureza multifacetada do choque da Covid-19 continua a ter um impacto negativo na economia e na população de Angola" e que "a produção e os preços do petróleo continuam fracos".

O alerta não inviabiliza o reconhecimento do FMI do trabalho das autoridades angolanas, que "conseguiram um ajustamento fiscal prudente em 2020 que incluiu ganhos de receitas não petrolíferas e contenção nas despesas não essenciais, preservando ao mesmo tempo as despesas essenciais em redes de saúde e segurança social".

A instituição com sede em Washington, Estados Unidos, considera que "as autoridades também permitiram que a taxa de câmbio atuasse como um amortecedor de choques e começaram a implementar uma mudança gradual no sentido de um aperto monetário para fazer face ao aumento das pressões sobre os preços".

Antoinette Sayeh, diretora-geral adjunta do FMI considera que as autoridades angolanas têm demonstrado um "forte empenho" em políticas sólidas, dentro do que foi definido com o fundo, e que a resposta do País "permitiu a Angola resistir a grandes choques externos, sobretudo a receitas petrolíferas mais baixas, e mitigar o seu impacto macroeconómico, protegendo ao mesmo tempo os mais vulneráveis".

Sayeh avisa que a pedra angular da estratégia angolana deve continuar a ser "a estabilização das finanças públicas", tendo afirmado que as autoridades "conseguiram um forte ajustamento fiscal em 2020". Deixou no entanto o alerta que "o progresso contínuo nas reformas do sector financeiro é crítico, particularmente a conclusão da reestruturação dos dois bancos públicos em dificuldades" e que o Governo deve manter o ímpeto de outras reformas estruturais "que reforcem a governação, e combatam a corrupção".