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Banca comercial sem acesso a divisas

3 de MAIO - CRISE CAMBIAL

Os bancos angolanos não tiveram acesso a divisas pelo Banco Nacional de Angola (BNA) na última semana de Abril, depois de mínimos do ano já registados na semana anterior, segundo dados do banco central

Segundo o relatório semanal do BNA sobre a evolução dos mercados monetário e cambial, no período entre 25 e 29 de Abril não foram feitas vendas de divisas aos bancos comerciais angolanos, enquanto na semana anterior foram disponibilizados apenas 1,1 milhões de euros, limitadas à cobertura de necessidades das companhias aéreas.

A taxa de câmbio média de referência de venda do mercado cambial primário, apurada ao final da última semana, permaneceu inalterada nos 166,707 kwanzas por cada dólar e de 186,261 kwanzas por cada euro. No mercado de rua, a nota de um dólar está a ser transacionada a volta de 450 kwanzas.

O governador do BNA, Valter Filipe, reconheceu hoje que a banca nacional está a ser colocada "à margem" do sistema financeiro mundial, defendendo a urgência em credibilizar o setor.

O governante aludia à falta de acesso dos bancos angolanos ao circuito internacional de divisas, por dúvidas dos reguladores internacionais sobre credibilidade das instituições angolanas. Para Valter Filipe, é necessário implementar "ética e moral" na banca angolana, devendo ser colocada ao "serviço do bem comum".

"Devemos fazê-lo implementando em Angola as normas prudenciais e as boas práticas nacionais e internacionais, e todas as normas de combate ao branqueamento de capitais e de financiamento ao terrorismo, porque estamos a ficar numa situação em que está a ser colocado o sistema financeiro angolano à margem do sistema financeiro mundial. E isto é grave para a prosperidade das nossas famílias", apontou.

A falta de divisas, em função da procura, dificulta, por exemplo, a transferência de salários dos trabalhadores de expatriados, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

O Fundo Monetário Internacional anunciou a 06 de abril que Angola solicitou um programa de assistência para os próximos três anos, cujos termos foram debatidos nas reuniões de primavera, em Washington, prosseguindo durante uma visita ao país, em maio.

O ministro das Finanças de Angola, Armando Manuel, esclareceu entretanto que este pedido será para um Programa de Financiamento Ampliado para apoiar a diversificação económica a médio prazo, negando que se trate de um resgate económico.