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Angola

Fundo Soberano não ganha para pagar as despesas

2 de Junho - Amanhã no Expansão

No primeiro semestre do ano passado, o Fundo que gere dinheiro do petróleo registou prejuízos de 15 milhões
USD, o que reduziu os seus fundos próprios para apenas 4.829 milhões USD, cerca de 5% menos do que o injectado pelo Estado. O problema é que os ganhos das aplicações financeiras não têm chegado sequer para cobrir os custos de estrutura.

O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) registou prejuízos de 15 milhões USD no primeiro semestre de 2015, o que elevou as perdas acumuladas desde a sua instalação, em 2012, para 216 milhões USD, de acordo com cálculos do Expansão a partir do relatório trimestral de actividades de Abril a Junho de 2015, disponível na respectiva página da Internet.

Os prejuízos registados reduziram o valor do Fundo em igual montantFe. Em 30 de Junho de 2015, o FSDEA apresentava fundos próprios de apenas 4.829 milhões USD, contra os 5.046 milhões que o Estado injectou na instituição. Ou seja, no final do primeiro semestre do ano passado, o FSDEA valia menos 216 milhões USD do que o que recebeu do Estado.

De acordo com o Decreto Presidencial n.º 107/13, de 28 de Junho, o FSDEA é detido unicamente pelo Estado Angolano, que lhe atribuiu uma dotação inicial de capital de 5 mil milhões USD.

Esta dotação inicial de capital foi realizada em duas tranches: a primeira, em 2013, no valor de 3.650 milhões USD, e a segunda, em 2014, no valor de 1.350 milhões USD. Antes da dotação de capital, o Fundo recebeu cerca de 46 milhões USD para despesas de constituição e instalação, entregues também em duas parcelas: a primeira em Julho 2012 (data de instalação do Fundo), no montante de 36,35 milhões USD, e a segunda realizada em 2013, no valor de 9,448 milhões USD.

Somando a dotação de capital, com os valores entregues a título de instalação e constituição, chegamos aos referidos 5.046 milhões USD que o Estado "injectou" no FSDEA.

Embora o documento publicado na web não inclua a demonstração de resultados, os números do primeiro semestre de 2015 sugerem que os ganhos financeiros da instituição não chegam para cobrir os custos, sobretudo de administração.

*Com M.V.D. e R.D.L.

(Leia mais na edição em papel do Expansão, de 3 de Junho)