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Angola

Economia estagnada, mais inflação em alta, igual a estagflação

Na capa

Banco Mundial prevê que PIB cresça apenas 0,9% em 2016, face a 2015, sendo preciso recuar a 1993 para encontrar um desempenho tão mau. Entretanto, o custo de vida em Luanda subiu 29,2% em Maio de 2016, face ao homólogo, o pior registo desde Janeiro de 2005.

A economia angolana deverá permanecer praticamente estagnada este ano, registando uma taxa de crescimento de apenas 0,9%, a taxa mais baixa dos últimos 23 anos, segundo as Perspectivas Económicas Globais de Junho de 2016 do Banco Mundial (BM) divulgadas na semana passada, que "cortou" as estimativas e previsões de crescimento do País entre 2015 a 2018.

A estagnação da economia, aliada ao "disparo" da inflação - os preços em Angola aumentaram 29,2% em Maio de 2016 face ao mesmo mês do ano passado (ver texto na página 14) - colocam a economia angolana numa situação a que os economistas chamam de estagflação, um cocktail de fraco crescimento ou mesmo recessão, aumento do desemprego e inflação elevada.

Os "cortes" nas perspectivas económicas face às de Janeiro de 2016 variam entre 0,2 pontos percentuais (pp), de 3% para 2,8%, em 2015, e 2,4 pp, em 2016, de 3,3% para os referidos 0,9% (ver gráfico).

A confirmarem-se as projecções da instituição sedeada em Washington, será preciso recuar a 1993, para encontrar um ano tão mau para Angola em termos económicos. Então, na sequência do regresso à guerra, a economia sofreu uma severa recessão, com uma queda do PIB de 24%.

Inflação em alta

Entretanto, a inflação fixou-se em 29,23% nos últimos 12 meses, até Maio, renovando máximos históricos, "disparando" 3,46% face a Abril, influenciados sobretudo pelas bebidas e alimentos, revela o Índice de Preços no Consumidor (IPC), divulgado esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) .

De acordo com o documento, a inflação estava, em Maio de 2016, face ao mesmo mês do ano anterior, 20,37 pontos percentuais mais alta. Entre Abril e Maio, indica o documento, a variação do IPC, foi, na classe, "bebidas alcoólicas e tabaco", de 4,72%, na "alimentação e bebidas não alcoólicas, avançou 4,49% e na "saúde", subiu 3,33%. Por produtos, de Abril a Maio, destacam-se as subidas de 25,34% no açúcar e de 24,25 no pão carcaça

Na origem da subida está o agravamento da crise económica, financeira e cambial resultante da queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional.

No Orçamento Geral do Estado para 2016, recorde-se, o Executivo prevê uma taxa de inflação (a 12 meses, de Janeiro a Dezembro) de 11%.

(Ver mais na edição em papel do Expansão, de 17 de Junho)