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Angola

Angola importou mil milhões de euros em frutas e legumes

17 Junho - Em 2015

As exportações angolanas de 2015, quase exclusivamente garantidas pelo petróleo, caíram 31,75%, para 3,932 biliões de kwanzas (21,1 mil milhões de euros), mas o país ainda gasta mais de 1.000 milhões de euros em produtos agrícolas.

Os dados constam do anuário sobre o comércio externo de 2015, documento do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano, ao qual a Lusa teve hoje acesso, que refere que as importações globais em todo o ano caíram 29,41%, para 1,989 biliões de kwanzas (10,6 mil milhões de euros).

Segundo o documento, num ano fortemente influenciado pela quebra nas receitas com a exportação de petróleo, o saldo da balança comercial angolana manteve-se em terreno positivo, mais de 1,942 biliões de kwanzas (10,4 mil milhões de euros), mas reduzindo-se 34% face aos 2,942 biliões de kwanzas (15,8 mil milhões de euros) de 2014.

O petróleo representou 96,8% do total das exportações nacionais, equivalente a 3,8 biliões de kwanzas (20,4 mil milhões de euros), um encaixe 32,5% inferior aos resultados de 2014, enquanto os produtos agrícolas vendidos ao exterior cresceram mais de 17% num ano, para 5.788 milhões de kwanzas (31 milhões de euros).

Apesar desta subida, Angola continua a gastar muito mais na importação de alimentos, mesmo com a forte crise cambial que o país atravessa desde final de 2014, que condicionou as compras ao exterior, devido à falta de divisas.

Segundo o INE, Angola comprou no ano passado mais de 202,1 mil milhões de kwanzas só em produtos agrícolas (1.080 milhões de euros), ainda assim uma quebra de 22% em termos homólogos.

Angola vive uma profunda crise económica e financeira decorrente da quebra das receitas com a exportação de petróleo e já este ano o Governo lançou um programa que visa diversificar a economia, reduzindo as importações e aumentando as exportações, tendo a agricultura como um dos pilares.

Apesar de ser o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, o país ainda tem de comprar ao exterior grande parte dos produtos refinados, em função da sua reduzida capacidade de refinação.

Em 2015, adquiriu quase 30 mil milhões de kwanzas (161 milhões de euros) em combustíveis.

Trata-se, ainda assim, de uma quebra de 80%, face a 2014, num ano marcado pelos cortes aos subsídios do Estado ao preço dos combustíveis.