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Angola

Desistência do pedido de assistência financeira ao FMI fez disparar juros dos eurobonds

Ministro das Finanças faz périplo internacional para explicar alternativas

O recuo de Angola no pedido de assistência financeira ao Fundo Monetário Internacional (FMI), revelado no dia 30 de Junho, fez "disparar" as taxas de rendimento dos eurobonds angolanos e provocou críticas das agências de rating, obrigando Armando Manuel, na foto com Max Alier, representante do FMI em Luanda, a realizar um périplo internacional para explicar a política económica Angolana.

Os juros dos títulos da dívida soberana angolana emitidos em USD e cotados na bolsa da Irlanda subiram mais de um ponto percentual (pp), de 9,64%, no dia do anúncio, para 10,67%, no dia 6 de Julho. No final da semana passada, início desta semana, as taxas aliviaram e, na terça-feira, 12 de Julho, não ultrapassavam os 10,09%, isto é 0,45 pp acima do dia em que se soube que Angola desistia de negociar um programa com o FMI.

As taxas de rendimento, yields em inglês, são uma referência das taxas de juro que o mercado exige para novas emissões, isto é, dos custos de financiamento de um país nos mercados financeiros. Em 4 de Novembro de 2015, na primeira ida aos merca- dos financeiros internacionais, o Tesouro angolano colocou 1,5 mil milhões USD de obrigações soberanas, denominadas euro- bonds, com um prazo de 10 anos à taxa de 9,5%. Se Angola quisesse fazer uma nova emissão de obrigações soberanas com as mesmas características dos eurobonds na última terça-feira, 12 de Julho, teria de pagar 10,09% em vez dos dos 9,5% conseguidos em Novembro.

O "chumbo" à desistência de Angola do FMI não se resumiu aos mercados, estendeu-se às agências de rating, nomeadamente à Moody"s e à Fitch que fizeram declarações criticando a decisão.

A mensagem dos mercados e das agências parece ter sido captada pelo ministro das Finanças, Armando Manuel, que, segundo o Expansão apurou, iniciou, sextafeira última, um périplo internacional para explicar aos investidores a política económica angolana.

(Leia artigo na íntegra na edição 379 do Expansão, de 15 de Julho de 2016, em papel ou versão digital)