"Funcionários sabem da corrupção na TAAG mas têm medo de falar"
O inglês que liderou a TAAG fala do despesismo das antigas administrações e diz que pegou numa empresa onde a corrupção era abundante e que, apesar de ter diminuído, ainda hoje há pessoas intocáveis na esfera da empresa.
A Emirates cancelou, em Julho, o contrato de gestão com a TAAG. Oficialmente, a Emirates justificou esta decisão com as dificuldades da empresa em retirar divisas de Angola. É esta a única justificação ou há mais?
A Emirates estava a discutir com o Governo de Angola, por este não cumprir o acordo alcançado entre ambas as partes, no final de 2016, para o reembolso de fundos bloqueados em Angola. Apesar de várias advertências escritas por parte da Emirates sobre as consequências de não manter os pagamentos programados, o Governo angolano, através do banco central, não estava disposto ou não conseguiu fazer esses pagamentos. No final, a Emirates reduziu as suas operações para Luanda a três voos por semana e deu por encerrado o acordo de cooperação estratégica no início de Julho. No momento da rescisão, não havia dívidas da TAAG à Emirates, já que todas as transacções financeiras entre as duas companhias aéreas foram liquidadas, através da Câmara de compensação da IATA.
Diz-se, no entanto, que havia várias dificuldades na relação da sua administração com o próprio Governo. Confirma?
Além da questão dos fundos bloqueados, não havia outras áreas de disputa entre a Emirates e o Governo angolano. Claro que houve um diálogo contínuo entre a Emirates, a equipe de gestão da TAAG e o Governo sobre a falta de financiamento adequado em divisas para suportar as necessidades da TAAG, bem como a falta de financiamento acordado para a implementação do Plano de Negócios. Tais assuntos foram regularmente levados à atenção do ministro dos Transportes por escrito pela administração da Emirates.
(Leia o artigo na integra na edição 434 do Expansão, de sexta-feira 11 de Agosto de 2017, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)