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África

Ramaphosa entre ameaça de "greves calamitosas" e meta de descida do défice orçamental

Sindicatos exigem aumentos de 12% na função pública

Os sindicatos não desarmam e, esta quarta-feira, fizeram a primeira de uma série de "greves calamitosas", caso o Governo recuse aumentos salariais de 12% e não deixe cair o salário mínimo de 20 rands por hora.

Após sete meses de negociações, o Presidente de África do Sul enfrenta a intransigência das principais organizações sindicais, que reclamam aumentos de 12% ainda este ano, caso contrário, avançam para "greves calamitosas", como a descreve o Congresso dos Sindicatos Sul-Africanos, e que teve esta quarta-feira o primeiro teste, com 10 mil manifestantes na rua contra a introdução de um salário mínimo de 20 rands por hora (1,5 USD).
Em 2010, o Presidente Jacob Zuma enfrentou uma greve dos funcionários públicos que se arrastou por três semanas, terminando com aumentos salariais de 7,5% e um aumento da inflação em 1 ponto percentual (pp) nos dois anos seguintes.
Os aumentos salariais de 12% para a função pública numa altura em que o governo de Cyril Ramaphosa se comprometeu a manter as suas metas do défice e a conter os gastos públicos envia um sinal negativo para os investidores. Mas uma guerra com os oito sindicatos envolvidos nas negociações, que representam um milhão e 300 mil funcionários públicos, pode comprometer uma importante base de apoio de Ramaphosa a um ano de eleições. A mesma base de apoio que ajudou o actual Presidente a chegar à presidência do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), como evidenciam os jornais sul-africanos.
"Um acordo salarial do sector público acima da inflação daria o tom para outros sectores da economia e poderia levar a pressões inflacionistas, refere Mpho Tsebe, analista do banco Rand Merchant, numa nota aos clientes.

(Leia o artigo na integra na edição 470 do Expansão, de sexta-feira 27 de Abril de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)