É verdade que o momento que o País atravessa tem obrigado muitos empresários e empreendedores a desinvestir. É também verdade que esta tendência não deve ser estendida a toda a economia. Alguns sectores continuam a crescer e precisam de financiamento para que seja garantida a sustentabilidade e, subsequentemente, a diversificação da economia.
Em tempos em que o sector bancário não financia as empresas, é comum estas procurarem formas alternativas de financiamento. A Bolsa de Valores é, por norma, um possível endereço a recorrer. E Angola tem uma Bolsa de Valores. O primeiro pensamento que passará pela mente dos leitores será, com certeza, o de que a Bolsa Angolana não tem financiado as empresas porque a mesma só tem vindo a disponibilizar Títulos do Tesouro emitidos pela Unidade de Gestão da Dívida (UGD). Ora bem, esta afirmação não é "100 por cento" aplicável. Passo a explicar porquê.
O Estado Angolano é o maior cliente de muitas empresas. No sentido de colmatar as dificuldades em regularizar os "atrasados" para com os seus fornecedores, o Estado tem recorrido à emissão de Obrigações do Tesouro. Uma solução que se afigura interessante, face ao momento que o País atravessa, porém, insuficiente para as empresas, visto que estas necessitam de liquidez. Assim sendo, as empresas têm optado por vender na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) as Obrigações emitidas pelo Estado e obtêm, desse meio, liquidez para suprirem as suas necessidades de tesouraria.
*Administrador executivo da Bodiva

(Leia o artigo na integra na edição 474 do Expansão, de sexta-feira 25 de Maio de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)