Quantum já "ganhou" 560 milhões USD com o Fundo Soberano
Os números constam de estudo encomendado pelo Governo à Ernst&Young e analisado pelo juiz que decidiu descongelar contas da Quantum, mesmo admitindo que a resolução dos conflitos deve ser feita fora daquele país. Deu ainda um "puxão de orelhas" ao fundo por não comunicar informação relevante ao tribunal.
A Quantum Global e outras empresas controladas pelo empresário suíço angolano Jean-Claude Bastos de Morais receberam 559,35 milhões USD em comissões e serviços no âmbito do acordo realizado em 2013 com o Fundo Soberano de Angola (FSDEA). O valor consta numa deliberação divulgada quinta-feira pelo Tribunal Superior de Inglaterra e do País de Gales e que veio justificar o descongelamento dos três mil milhões USD de Private Equity (capital de risco em português) do FSDEA ainda sob gestão da Quantum.
As contas foram feitas pela Ernst&Young na versão actualizada de 9 de Julho de um relatório encomendado pelo Governo à consultora, em Dezembro de 2017, após a divulgação da investigação "Paradise Papers", e cuja primeira versão apontava para 515 milhões USD pagos, no âmbito de vários contratos celebrados entre o empresário fundador da Quantum Global Investment Management (QGIM), Bastos de Morais, e o então presidente do FSDEA, José Filomeno dos Santos, filho do ex-presidente José Eduardo dos Santos.
Segundo o documento citado pelo tribunal inglês, 81,8 milhões USD dirão respeito a comissões de gestão do Fundo de Liquidez que valia 2.000 milhões USD (entretanto já recuperados pelo FSDEA) e que compreendia a gestão de acções e obrigações. E 153 milhões USD são relativos a contratos celebrados com empresas ligadas a Bastos de Morais, como a Stampa QG (58 milhões), a Tome International AG (40), a African Innovation Foundation (36,3) e a Djembe Communications (9,9).
(Leia o artigo na íntegra na edição 486 do Expansão, de sexta-feira 17 de Agosto de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)