Kenya Airways fecha 2024 com 42 milhões USD de lucros após uma década de prejuízos
Apesar dos resultados históricos, a companhia de bandeira do Quénia continua empenhada em atrair um "investidor estratégico para garantir a sustentabilidade a longo prazo", como declarou o CEO do Grupo Kenya Airways.
A Kenya Airways obteve lucros, pela primeira vez numa década, ao fechar o ano de 2024 com um resultado positivo de 5,4 mil milhões de xelins (41,5 milhões USD), o que a torna numa das poucas companhias em África com lucros, além da Ethiopian Airlines. Isto representa uma "reviravolta notável" em comparação com um prejuízo de 22,6 mil milhões de xelins (173,7 milhões USD) no exercício do ano anterior, como destaca a companhia, que tem em curso um plano de recuperação após entrar em insolvência em 2018.
"Este resultado reflecte uma melhoria de 28 mil milhões de xelins (215,1 milhões USD)", destaca a companhia de bandeira do Quénia, num comunicado divulgado terça-feira, dia 25, sublinhando que "esta conquista fortaleceu significativamente a saúde financeira da empresa, posicionando-a para a estabilidade e crescimento futuros".
O sucesso obtido em 2024 é resultado da estratégia de recuperação da empresa, ao abrigo do Projecto Kifaru, após entrar em insolvência, na sequência de um projecto de expansão que deixou a empresa com centenas de milhões USD de dívida. O plano concentrou-se em "melhorar o desempenho operacional", através de um conjunto de iniciativas para "cortar custos operacionais e aumentar a eficiência".
Com esta estratégica, "fundamental para a reviravolta", a Kenya Airways teve um aumento de 6% na facturação, impulsionada pelo aumento do número de passageiros, um crescimento de 58% nos lucros operacionais e uma subida "notável de 124%" no lucro após impostos, apesar de um aumento de 9% nos custos totais.
"Esses resultados não apenas estabeleceram recordes para o maior número de passageiros e rotatividade na história da Kenya Airways, mas também significam a nossa forte resiliência e viabilidade operacional", sublinhou o presidente da companhia. Para Michael Joseph, o "impressionante desempenho financeiro" reforça o "compromisso contínuo" da empresa com a "excelência operacional, disciplina financeira, transformação cultural, inovação e sustentabilidade".
À procura de parceiro para garantir a sustentabilidade a longo prazo
Apesar dos resultados históricos, a companhia de bandeira do Quénia continua empenhada em atrair um "investidor estratégico para garantir a sustentabilidade a longo prazo", como declarou Allan Kilavuka, diretor geral e CEO do Grupo Kenya Airways. A empresa está "comprometida em "optimizar a sua rede", investindo na "expansão" e na "modernização dos interiores" da sua frota e na diversificação dos segmentos de negócio da companhia.
Num cenário de desafios globais para a indústria da aviação, por causa da " escassez de aeronaves, de motores e peças de reposição", a estratégia de recuperação da Kenya Airways "está a produzir resultados positivos", concluiu Allan Kilavuka, manifestando a dedicação da empresa em "concluir o plano de reestruturação de capital para reduzir a alavancagem financeira, aumentar a liquidez e continuar a ser um investimento atraente para investidores estratégicos".
Voando para 44 destinos no mundo, 37 dos quais em África, a Kenya Airways transporta mais de 5 milhões de passageiros e mais de 70 mil toneladas de carga por ano, através do seu hub no Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta, de Nairobi.
Em 2024, a capacidade oferecida pela companhia, medida em assentos por quilómetros disponíveis (ASKs) aumentou 10%, e o número de passageiros cresceu 4%, atingindo os 5,2 milhões.
A Kenya Airways é a única transportadora africana na SkyTeam Alliance, o que abre "um mundo de possibilidades para os seus clientes, conectando-os a mais de 1.060 destinos em 173 países".