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EUA levantam embargo ao Zimbabué mas aplicam sanções ao Presidente

POR "CORRUPÇÃO E GRAVES ABUSOS DOS DIREITOS HUMANOS"

Além do Presidente, a lista de 11 pessoas e 3 entidades sancionadas inclui o vice-presidente Constantino Chiwenga e o empresário Kudakwashe Tagwirei, dono da Sakunda Holdings, empresa que "facilitou a corrupção estatal".

Os EUA encerraram o programa de sanções ao Zimbabué, que vigorava desde 2003, mas aplicaram sanções a 11 pessoas, incluindo o actual Presidente Ernest Mnangagwa, e três entidades por "corrupção e graves abusos dos direitos humanos". Os sancionados ficam com todos os seus bens e interesses nos EUA bloqueados, sendo também proibidos de realizar actividades ou transacções de e para os EUA.

A ordem executiva assinada pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, na segunda-feira, dia 4, "põe termo à emergência nacional no que diz respeito ao Zimbabué" e revoga as diferentes ordens executivas que autorizavam sanções específicas ao Zimbabué, como resposta ao programa de reforma agrária iniciado pelo Presidente Robert Mugabe, em 2000, e que resultou na expropriação de milhares de fazendeiros brancos.

Além de Mnangagwa, que é abrangido pelo seu envolvimento em actividades corruptas, em particular as relacionadas com redes de contrabando de ouro e diamantes, ficam sujeitos a sanções do Departamento do Tesouro, o vice-presidente zimbabueano, Constantino Chiwenga, o brigadeiro-general reformado Walter Tapfumaneyi e o empresário Kudakwashe Tagwirei. O empresário e dono da Sakunda Holdings, empresa que "facilitou a corrupção estatal", é apontado como líder de uma "rede de negócios corruptos" que ajudou material e financeiramente entidades designadas no Zimbabué a escaparem a sanções. As sanções abrangem também a mulher de Tagwirei, Sandra Mpunga, "peça fundamental" nas actividades comerciais do marido, que é descrito como "um aliado próximo de Mnangagwa", com "uma associação de longa data com o partido no poder, a União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Patriótica (ZANU-PF)".

Intimidação, rapto e morte

No que diz respeito ao Presidente do Zimbabué, o decreto de Biden refere que Mnangagwa "fornece um escudo protector aos contrabandistas para operarem no Zimbabué e instruiu as autoridades zimbabuenses a facilitarem a venda de ouro e diamantes em mercados ilícitos, aceitando subornos em troca dos seus serviços". Além disso, o Presidente também supervisiona os serviços de segurança do país, que "reprimiram violentamente opositores políticos e grupos da sociedade civil". A mulher do Presidente, Auxillia Mnangagwa, também é abrangida pelas sanções por "facilitar as actividades corruptas do marido".

O vice-presidente Constantino Chiwenga envolveu-se na "repressão violenta de activistas políticos e organizações da sociedade civil", com ligações às "ferret teams" (equipas de furões), grupos compostos por "pessoal dos serviços secretos, polícias e militares", envolvidos em actos de intimidação de eleitores nas presidenciais de 2019 e 2023, sendo suspeitos do rapto de 12 activistas e membros da oposição, incluindo Tapfumanei Masaya, encontrado morto a 13 de Novembro de 2023.

Já Walter Tapfumaneyi é o vice-director geral da Organização Central de Inteligência (CIO) do Zimbabué, homem que "responde diretamente a Mnangagwa e liderou a campanha para perturbar o processo eleitoral de 2023, tendo "estado pessoalmente envolvido em sequestros anteriores".

Leia o artigo integral na edição 766 do Expansão, de sexta-feira, dia 08 de Março de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)