100 estudantes podem aceder a crédito até 7 milhões Kz para pagar estudos
O crédito serve para pagar propinas e cobrir outros custos que envolvem o ensino universitário. Para o presente ano académico, o financiamento vai contemplar 100 estudantes. Até ao momento, ninguém aderiu ao crédito, apesar de esta linha de financiamento já estar disponível.
O Cartão de Estudante Universitário (CEU), lançado oficialmente no dia 22 de Outubro pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI), vai permitir que os estudantes do ensino superior peçam empréstimos ao Banco de Comércio e Indústria (BCI), num montante que vai até 7 milhões Kz, para concluírem os seus cursos de licenciatura.
Neste ano lectivo, os empréstimos irão abranger cerca de 100 estudantes e estão enquadrados no Programa de Bolsas de Estudo de Excelência do banco, que já beneficiou 341 estudantes universitários. O CEU resulta de uma parceria entre o BCI, a Associação dos Estudantes das Universidades Privadas de Angola (AEUPA) e o Laboratório de Inovação do Sistema de Pagamentos (LISPA) do Banco Nacional de Angola (BNA).
Desenvolvido pela startup Ombala Invest e financiado pelo BCI, em parceria com a Viva Seguros, o cartão CEU custa 5 mil Kz e possui três funções: é um cartão de identidade estudantil válido em todo o território nacional, um cartão de débito e um cartão de descontos comerciais.
O cartão vai permitir que os estudantes tenham descontos de até 50% na compra de produtos e materiais académicos numa rede de parceiros comerciais que oferecem serviços de apoio aos estudantes, como alimentação, comunicação, transportes, livrarias, seguro de acidente escolar, estágio profissional; e serviços de lazer, como cinemas. Todos os parceiros serão indicados pela entidade financiadora, o BCI.
Para ter acesso a financiamento, os estudantes devem dirigir- -se aos balcões do BCI, acompanhados do cartão de estudante e do bilhete de identidade, e proceder à abertura de conta, que está isenta de custos financeiros. Termos e condições negociados com o banco Os termos e condições do crédito, isto é os prazos de devolução e pagamento são negociados junto de um gestor da unidade bancária. Mas o banco "acena" já com uma taxa de juro de reembolso de 14%, muito inferior à taxa média de empréstimos a particulares a mais de um ano, que em Setembro foi de 21,58%, de acordo com as estatísticas monetárias e financeiras do BNA.
Caso o estudante veja o seu empréstimo aprovado, o valor não é enviado directamente para a sua conta, mas para coordenadas bancárias das universidades, servindo para o pagamento de propinas e emolumentos, bem como para empresas parceiras que prestem serviços voltados para o ensino superior. "O financiamento é interno e destina-se exclusivamente a estudantes nacionais, podendo atingir até 7 milhões Kz. O trabalhador-estudante tem acesso directo. Quem não trabalha precisa de um avalista, geralmente um dos pais ou encarregado de educação", explicou Jardel Duarte, administrador executivo do BCI, durante o lançamento do CEU.
Estudantes não aderem ao financiamento
Fontes ligadas ao projecto revelaram ao Expansão que, apesar de haver muita adesão ao cartão por parte dos estudantes, até ao momento nenhum deles se candidatou ao crédito bancário oferecido, estando apenas a usufruir dos serviços de descontos.
"Este crédito é mais acessível em relação aos outros. No entanto, até ao momento ainda não tivemos nenhuma adesão ao crédito, apesar de já estar disponível. Por exemplo, se algum estudante que corresponda a todos requisitos for a uma agência do BCI e solicitar o crédito para pagamento adiantado de propina, o crédito estará a sua disposição", disse uma fonte ligada ao projecto CEU.
Da parte dos estudantes há algum cepticismo e desconfiança em relação às condições de adesão e aprovação dos empréstimos. "Não acho que existe um estudante que tenha beneficiado do crédito aqui na Universidade Católica de Angola, imagino que não será qualquer estudante que vai aderir devido aos critérios. São muitas vantagens, mas também é muito complexo porque envolve um banco e uma seguradora. Brevemente vamos manter um encontro com os coordenadores do projecto para compreender melhor a dinâmica do CEU", explicou Justino Katone, presidente da Associação de Estudantes da Universidade Católica de Angola.











