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Gestão

Liderança em tempo de crise

23 de Maio - Gestão

A crise surge sempre marcada por dúvidas, incertezas, inseguranças ou na maioria dos casos com justificações, umas reais, outras resultado de uma gestão feita de rotinas e maus hábitos, diria mesmo falta de firmeza e segurança para tomar a decisão certa no momento certo.

É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias.

Albert Einstein

As empresas, como os países, são feitas de capital humano, que necessita de um foco coerente, uma estratégia claramente definida, um controlo efectivo sobre o desempenho económico, social e motivacional, pois esta mesma crise é, em geral, marcada por incertezas e interrogações que têm como consequência a desmotivação, o distanciamento da realidade, a perda de visão e, naturalmente, a instalação dentro da própria crise de uma crise de liderança.

Uma crise instalada necessita de uma resposta firme e enérgica, baseada num controlo de gestão em três níveis - capacitação das estruturas, consolidação do modelo de negócio e monitorização e controle operacional, na realidade de visão estratégica, criatividade e capacidade de antecipação.

O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar para as saídas, soluções fáceis.

Albert Einstein

A tendência para criar rotinas e facilitar a gestão leva, em geral, a desempenhos distanciados da realidade, baseados numa liderança paternalista, em que as equipas colocam problemas em vez de soluções, habituando--se a que a responsabilidade de pensar e decidir seja da chefia.

Esta postura leva a que as empresas sejam apanhadas desprevenidas, com uma estrutura desajustada do mercado e em que é sempre encontrada uma justificação falsa para as falhas.

É daqui que resultam as decisões fáceis e sem pensamento estratégico Não há solução para uma liderança paternalista se o líder não sair da zona de conforto para a de desafio. Habituada a justificar todas as falhas sem sanções nem procura de soluções, este tipo de equipa é o espelho do chefe que, neste caso, abandonou a verdadeira função de líder: desenvolver uma "equipa pensadora", activa, motivada. Aconselha-se por isso, a, em vez de esperança, gerar oportunidade, entusiasmo, sentido ganhador.

Falar de crise é promove-la, calar-se é exaltar o conformismo.

Albert Einstein

O conformismo é a forma mais directa de promover a estagnação, o retrocesso e a especulação, pois cria as condições adequadas para a manipulação e o aproveitamento informal, causando assimetrias ao nível económico e social.

Assistimos, nos dias de hoje e na realidade angolana, à instalação de um conformismo resignado, que vive cada dia num egoísmo escondido, improvisando a alegria e bem-estar, tentando esquecer o que é evidente.

Um líder conformista instala na sua equipa a política dos braços cruzados, na espera de melhores tempos, gerando a actuação por impulso e apenas em função das exigências. A resignação é o maior inimigo da economia e do crescimento das empresas, pois faz crescer a falta de iniciativa, a incompetência ou pelo menos a estagnação e o retrocesso, deixando de parte a preocupação pela luta e persistência.

*Consultor

(Leia mais na edição em papel do Expansão, de 20 de Maio)